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Nº 5759
Opinião

70 anos depois: vi�osenses na II Guerra

Em oito de maio de 1945 (dia em que meus avós paternos se conheceram) chegava ao fim a II Grande Guerra no continente europeu. Apesar de o conflito continuar no Pacífico, o mundo já comemorava a vitória aliada, que se concretizaria em setembro. Em Viçosa,

Por | Edição do dia 09/09/2015 - Matéria atualizada em 09/09/2015 às 00h00

Em oito de maio de 1945 (dia em que meus avós paternos se conheceram) chegava ao fim a II Grande Guerra no continente europeu. Apesar de o conflito continuar no Pacífico, o mundo já comemorava a vitória aliada, que se concretizaria em setembro. Em Viçosa, Alagoas, a população se concentrou na praça Apolinário Rebelo para festejar. Milhares de quilômetros dali, dois viçosenses participariam do combate: o primeiro-tenente da FAB, Othon Correia Netto, e o segundo-sargento da FEB, Alberto Mello da Costa. Nascido em Viçosa a 18 de fevereiro de 1921, sendo filho do ex-prefeito viçosense doutor Serzedello Maia de Barros Correia, ‘Corrêa Netto’ fez parte do 1º Grupo de Aviação de Caça que combateu as forças do Eixo na Itália. Com 58 missões em território europeu, no dia 26 de março de 1945, quando realizava mais uma missão, foi abatido pela artilharia antiaérea alemã. Obrigado a abandonar seu Thunderbolt P-47, caiu em Codroipo, sendo prontamente capturado por forças inimigas e levado ao QG alemão em Udine, onde passou por diversos interrogatórios. De lá foi transferido de trem para a cidade de Nuremberg e depois obrigado a marchar 180 quilômetros até o campo de concentração de Moosburg. Após dez dias de confinamento militar com mais de vinte mil prisioneiros, emagrecera 18 quilos, sendo libertado em 29 de abril pelas tropas do general Patton. Com o fim da guerra, Corrêa Netto retornou a Viçosa em 26 de agosto, sendo recebido pela população na estação ferroviária. Durante dois dias festivos a cidade lhe ofereceu um baile no antigo Clube dos Diários (atual prédio da Oi). Aposentando-se como major-brigadeiro da FAB, Othon Correia Netto faleceu no dia 17 de abril de 2008, no Rio, onde foi enterrado na cripta dos aviadores do cemitério de São João Batista. A mesma sorte não teve o sargento Mello Costa. Também viçosense (1918), filho de José Graciliano da Costa e Adélia Medeiros Mello, pertenceu ao I Grupo do 1º Regimento de Artilharia Pesada Curta da FEB. Embarcara para a Itália no dia 20 de setembro de 1944, tendo combatido até 22 de abril do ano seguinte, quando em ação sofreu um acidente com mina na comuna de Zooca, sendo sepultado no cemitério Militar Brasileiro de Pistoia. O governo brasileiro o agraciou com a medalha de campanha Cruz de Combate de 2ª Classe “por uma ação de feito excepcional na campanha da Itália”.

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