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Nº 2
Opinião

Avan�os

Em meio a tantas notícias negativas nos últimos meses, pelo menos uma merece comemoração. Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado ontem, o Brasil reduziu em 73% a mortalidade infan

Por | Edição do dia 10/09/2015 - Matéria atualizada em 10/09/2015 às 00h00

Em meio a tantas notícias negativas nos últimos meses, pelo menos uma merece comemoração. Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado ontem, o Brasil reduziu em 73% a mortalidade infantil em relação a 1990. O desempenho foi superior à média mundial, que, no mesmo período, apresentou redução de 53%. De acordo com a pesquisa, no Brasil, há 25 anos, a cada mil nascidos vivos, 61 morriam. Em 2015, a cada mil crianças 16 morrem. O País também superou a meta de cobertura da rede de esgoto, bem como de abastecimento de água. O fato é que, além da questão da mortalidade, o Brasil vem, ao longo das últimas décadas melhorando seus indicadores sociais, embora não na velocidade desejável. De 2000 a 2010, o Brasil reduziu o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). Durante o período, o País destacou-se pela implementação de um conjunto de políticas públicas responsáveis pela erradicação da fome e da pobreza extrema. Em 2013, a ONU creditou o avanço no combate à mortalidade infantil no Brasil a políticas de assistência social como o programa de transferência de renda Bolsa Família. O Relatório da Unicef indicou, na ocasião, que uma combinação de estratégias combateu de forma efetiva a mortalidade infantil. Além do Bolsa Família, foram citados como elementos que contribuíram para o resultado positivo a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) com foco na atenção primária de saúde, a melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido e esforços para prestar assistência à saúde no nível comunitário. Mesmo assim, as disparidades regionais ainda são fortes. Dos cerca de 5.500 municípios, mais de mil têm a taxa de mortalidade de crianças até 5 anos no patamar de cinco mortes para cada mil nascidos vivos. Mas em 32 municípios, a taxa excede 80 mortes a cada mil nascidos vivos. Isso demonstra que ainda são necessários maiores esforços para reduzir as disparidades entre diferentes grupos sociais. Esse é um caminho que não deve sofrer retrocesso. Ao contrário, é preciso acelerar, mesmo em tempos de crise, em que o governo apela para um duro ajuste fiscal, que ameaça até mesmo os programas sociais. O País não pode abrir mão de buscar o fim da pobreza extrema.

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