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Nº 5759
Opinião

Feitos um para o outro

Mais da metade da população brasileira procurou um segundo ou um terceiro trabalho nesse ano, é o que revela uma pesquisa da CNI publicada essa semana. Revela ainda que quase 60% das famílias alteraram hábitos,como mudar para casa menor ou tirar filhos da

Por | Edição do dia 12/09/2015 - Matéria atualizada em 12/09/2015 às 00h00

Mais da metade da população brasileira procurou um segundo ou um terceiro trabalho nesse ano, é o que revela uma pesquisa da CNI publicada essa semana. Revela ainda que quase 60% das famílias alteraram hábitos,como mudar para casa menor ou tirar filhos da escola particular. A ordem é economizar e buscar novas receitas para as famílias, mesmo que submetendo-as a situações muito humilhantes. As empresas privadas enfrentam um duplo desafio:custos em alta e vendas em queda,emparedadas nesse labirinto, tentam sobreviver: donos de restaurantes,por exemplo,fazem pool para comprar mantimentos. Tiram a toalha de tecido das mesas,criam métodos para perder menos comida, entre eles, reduzir a qualidade e as porções dos pratos. Fábricas dão repetidas férias coletivas, antes de desempregar maciçamente. Lojas fecham e suas fachadas são ocupadas por faixas anunciando-as para alugar, assim como centenas de apartamentos, mas interessados para alugá-los, não aparecem...o que aparece é a queda do Grau de Investimento, o que sinaliza que a recessão e a inflação vão continuar infernizando a vida dos brasileiros. Enquanto o setor produtivo do País entra em colapso e o cidadão trabalhador e pagador de impostos aperta o cinto até a fivela espremer a coluna, o serviço público além de ineficiente, vive alheio e insensível à dramática realidade: persevera em eternas greves e continua gastador; no Congresso Nacional não se observam sinais reais de corte de gastos próprios; só alardeiam contra o aumento ainda maior de impostos, como instinto maior de sobrevivência. E reconheça-se claramente: o PT não é protagonista isolado dessa tresloucada gestão da coisa pública que levou o País ao buraco. O PMDB, seu parceiro fiel desde sempre,apresenta-se agora, acredite quem quiser (um feito extraordinário do governo petista!) como defensor do corte de gastos, da redução de ministérios e do aumento da eficiência da administração federal: “Só aumentaria impostos em última hipótese”, diz Temer. Não deveriam, mas foram feitos um para o outro, embora a favor do PMDB poder-se-ia ao menos reconhecer que no seu DNA não grassa o gene do autoritarismo,como a restrição da liberdade de expressão e de imprensa. No mais,o PMDB é cúmplice do desastre pelo qual o Brasil passa. Sua (ir) responsabilidade, portanto, é imensa, pois conhecia muito bem com quem compartilhava os destinos nacionais.

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