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Nº 5759
Opinião

180 anos da par�quia de Vi�osa

Desde muito cedo tive laços religiosos. Lembro-me de minha avó Santina, que era uma verdadeira devota da religiosidade. Sempre frequentei a igreja, mas somente aos domingos, nunca passei disto. Uma das vezes minha tia Laurita, lá por 1961, escolheu minha

Por | Edição do dia 15/09/2015 - Matéria atualizada em 15/09/2015 às 00h00

Desde muito cedo tive laços religiosos. Lembro-me de minha avó Santina, que era uma verdadeira devota da religiosidade. Sempre frequentei a igreja, mas somente aos domingos, nunca passei disto. Uma das vezes minha tia Laurita, lá por 1961, escolheu minha roupa para que eu fosse à missa, porém me colocou um sapato de que não gostava – ‘escatamaque’ de bico quadrado, à moda da época – e eu preferi um calçado grosseiro, solado de borracha, feito por Seu Zé Sapateiro; neste impasse, desobedecendo-lhe, não fui à celebração. As missas naquela época eram celebradas pelo padre Severiano Jatobá, verdadeiro barítono, com sua voz grave e eloquente, que não gostava de crianças durante sua pregação; tanto que, quando alguma fazia barulho, ele suspendia a fala por um instante e, em alto e bom som, exclamava: – Igreja não é lugar de menino! E eu olhava os santos, o confessionário, as tribunas que ficavam no alto e às vezes eu e colegas subíamos e ficávamos observando os fiéis presentes lá de cima, mas nunca vi nenhum padre fazer a homilia dali; olhava para o teto do templo e via um escrito latino em azul designando: “Esta casa é casa de oração”; olhava o pároco, que curiosamente, ao contrário de hoje, ministrava de costas para as pessoas e defronte ao altar-mor. Viçosa de Alagoas teve o privilégio de ter um filho seu cardeal e arcebispo primaz do Brasil, dom Avelar Brandão Vilela, o qual, quando estava em sua terra a fim de visitar os familiares, sempre celebrava na Matriz, a recordar seus tempos de criança à praça Apolinário Rebelo. Nestes 180 anos, a paróquia viçosense foi detentora de vários missionários ilustres, cultos, mestres, poliglotas, verdadeiros homens do ensinamento e das preces: padre Machadinho, cônego Pimentel, padre Antonius, meu amigo padre Luís Marinho, padre Maurício, padre Cícero e, atualmente, o reverendo Geison de Araújo Chagas, natural da pernambucana Nazaré da Mata, o qual está a completar seus seis anos de paroquiato e vem fazendo um trabalho edificante, reformando e construindo templos, cultuando a tradição episcopal com suas vias sacras, cercos de Jericó, com as religiosas de Santo Antônio e a festa sob as bênçãos do padroeiro Bom Jesus do Bonfim.

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