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Nº 5759
Opinião

O ambientalista e o urbanista

Dois parentes que não se viam há muito tempo se encontraram numa reunião familiar. Um era ambientalista e o outro urbanista. Começaram a conversar e o assunto enveredou para os conceitos do aquecimento global, o degelo, o nível do mar, etc. Opiniões, cont

Por | Edição do dia 17/09/2015 - Matéria atualizada em 17/09/2015 às 00h00

Dois parentes que não se viam há muito tempo se encontraram numa reunião familiar. Um era ambientalista e o outro urbanista. Começaram a conversar e o assunto enveredou para os conceitos do aquecimento global, o degelo, o nível do mar, etc. Opiniões, controvérsias, discussão acalorada. O ambientalista tomou a palavra e, em tom de discurso começou a dar sua opinião: o homem é um predador, destrói a natureza, desmata, muda a topografia urbana, interrompe e desvia o curso dos rios, ocupa áreas de encostas e de fundos de vales, aterra os mangues, polui os rios, os mares e o solo; isso está trazendo sérias consequências para a humanidade como, a extinção de diversas espécies, doenças, desastres ecológicos, caos no trânsito. Estou muito preocupado e pessimista com o futuro. As novas gerações é quem sofrerão as consequências dessa irresponsabilidade. O urbanista levanta-se com uma taça de bebida na mão e propõe um brinde ao homem, porque sua coragem e perseverança souberam vencer as adversidades da terra e construir uma grande civilização. Passou a historiar a epopeia do homem desde os tempos mais remotos: há mais de dois milhões de anos o homem vivia isolado nas cavernas do Quênia, Tanzânia e Etiópia. Quando a população cresceu, os homens se uniram e conseguiram juntos enfrentar a natureza. Descobriram o fogo – uma grande conquista –, que serviu também para sua comunicação. Desenvolveu o cérebro e começou a falar. Criou armas para sua defesa e para a caça. Enfrentou os monstruosos animais da época. Foi um progresso lento, porém contínuo. O homem sobreviveu às maiores adversidades, enfrentou mudanças do clima e os cataclismos. Os humanos migraram e ocuparam os mais longínquos lugares do planeta. Construíram as cidades e passaram a viver em sociedade, por isso estamos hoje aqui, reunidos, discutindo os destinos da humanidade. O urbanista continua: o mundo hoje tem 7,2 bilhões de pessoas, serão 12 bilhões em 2100. Como iremos produzir alimentos para toda essa população senão aumentando a produtividade e desmatando com sustentabilidade novas terras? As cidades deverão ficar mais adensadas, verticalizadas; novas vias vão precisar ser criadas para melhorar a mobilidade dos cidadãos, o verde deverá ser implantado no alto dos prédios. O homem irá se adaptar às novas situações de clima que serão criadas, porque é um vencedor. O surgimento da eletricidade, do automóvel, do telefone, da energia nuclear; a internet, as conquistas do espaço foram descobertas que contribuíram para o atual desenvolvimento da civilização. A cura das doenças e a melhoria das condições de insalubridade deram mais tempo de vida ao homem e proporcionou torná-lo mais sábio. Preservar a memória dos povos é importante, mas o progresso é uma condição inevitável que não se poderá evitar. Meu parente ambientalista, se caminharmos juntos, você e seus parceiros ajudando a preservar a natureza; eu e os meus companheiros promovendo o desenvolvimento urbano poderemos criar um ambiente melhor e mais confortável para as futuras gerações.

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