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Nº 5759
Opinião

Democracia fortalecida

De 1964, ano do golpe militar, até 1988, quando a Nação brasileira promulgou uma nova Constituição, o País viveu uma longa ditadura. São dois importantes fatos históricos que, passadas três décadas, não mobilizam e nem provocam os mesmos debates acalorado

Por | Edição do dia 24/01/2018 - Matéria atualizada em 24/01/2018 às 00h00

De 1964, ano do golpe militar, até 1988, quando a Nação brasileira promulgou uma nova Constituição, o País viveu uma longa ditadura. São dois importantes fatos históricos que, passadas três décadas, não mobilizam e nem provocam os mesmos debates acalorados de quando aconteceram. Em pleno século 21, com a comunicação em tempo real, os acontecimentos ganham outra dimensão. Hoje, o País inteiro se manifesta e se posiciona sobre questões diversas, se mobilizando instantaneamente contra ou a favor do tema em debate no momento. De fazer uma doação, votar para escolher o melhor artista ou quem deve ganhar R$ 1 milhão num programa de TV, até confirmar presença em algum protesto, as redes sociais são a mola mestra. As redes criaram novas formas de mobilização, o que tecnicamente é chamado cyberativismo. O termo é moderno, e serve para definir a utilização da internet como meio de difundir informações e, claro, ideais políticos É assim com o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que será realizado a partir das 8h30 de hoje, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado em Porto Alegre (RS). Já historicamente definido como um dos maiores líderes nacionais, Lula será julgado em segunda instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O primeiro operário a ser eleito, e reeleito, ao mais alto cargo da Nação, Lula é um fenômeno, um símbolo, é a história viva. Está na mente e nos corações dos brasileiros que viveram, durante os 12 anos de seu governo, momentos de prosperidade, de conquista, de cidadania. Isso, a história do Brasil jamais poderá negar. Mas seu julgamento, por crimes que ele próprio condenou e combateu, não representa, como seus aliados querem fazer crer, uma ameaça à democracia brasileira. Com o fim da ditadura militar, instituiu-se o Estado de Direito e a independência entre os poderes do Estado. Não são conquistas frágeis, que possam ser ameaçadas. Bem ao contrário, o julgamento de um ex-presidente da República revela a maturidade do sistema judicial e político. É mais um fato histórico, com a diferença de que se desenrola sob os olhos da Nação. Seja qual for o resultado desse julgamento, a Justiça, os críticos e os defensores de Lula terão feito história. Essa, como a democracia, não pode ser contida!

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