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Nº 5759
Opinião

Alagoas, sua forma��o hist�rica e a crise

Muito oportuno o relançamento da notável obra Formação Histórica de Alagoas, do professor e economista Cícero Péricles, já em sua terceira edição, paralelamente às celebrações da emancipação política alagoana. Livro abrangente, do qual fisgo aqui o aspect

Por | Edição do dia 19/09/2015 - Matéria atualizada em 19/09/2015 às 00h00

Muito oportuno o relançamento da notável obra Formação Histórica de Alagoas, do professor e economista Cícero Péricles, já em sua terceira edição, paralelamente às celebrações da emancipação política alagoana. Livro abrangente, do qual fisgo aqui o aspecto das visões divergentes sobre as motivações que teriam levado D. João VI a decretar nossa emancipação de Pernambuco. Segundo alguns historiadores, nossa emancipação teria sido um prêmio por não termos participado da Revolução Pernambucana, que lutava pela queda da monarquia e implantação da República. Outros a viram como resultado de progresso econômico, fruto de vigoroso e incansável trabalho nos engenhos de açúcar. Em uma época na qual o Brasil – e principalmente nossa Alagoas, tremendamente dependente dos repasses nacionais – atravessa uma crise extremamente grave, tentar entender nosso legado histórico pode ajudar-nos a delinear nosso futuro. E como será o futuro para alagoanos e brasileiros? Torna-se imperscrutável, desde que existem duas crises gravíssimas, política e econômica somando-se, causadas inequivocamente por ilicitudes e malfeitos do governo e o ajuste fiscal proposto pelo mesmo para corrigir seus próprios desatinos, enfrenta dificuldades para ser aprovado no Congresso. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, responsável pelos cortes, dificilmente restringirá repasses para programas sociais e aumentos para funcionários públicos, sempre em prontidão para inclementes greves e majoritariamente,eleitores petistas; e o ministro Joaquim Levy, responsável pela elevação da arrecadação via aumento de impostos, terá dificuldades para emplacar a CPMF em época de severa retração da atividade econômica. Ao final, infelizmente, é provável que ocorra como na peça Le Diable Rouge encenada na França, 100 anos antes da nossa emancipação: nela, sem ter dinheiro para cobrir os excessos da corte de Luís XIV, Mozarino, seu conselheiro, orienta-o para que mesmo estando sufocados e espoliados, aumente ainda mais os impostos dos que trabalham e produzem. Admiro os alagoanos que veem nossa emancipação como resultado de vigoroso trabalho, efetiva produtividade e acreditam nessa proposta de vida. D. João VI e Luís XIV caíram, inclusive, por manter privilégios e desprezar os que verdadeiramente trabalhavam e traziam riqueza para sua terra, única forma correta de efetivar justiça social.

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