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Nº 5759
Opinião

Uma empresa chamada Brasil

Até dois anos atrás, o País inteiro, de norte a sul, andava em caravanas para participar de provas de concurso público. Eram os já chamados concurseiros. Os editais saíam no atacado de todos os recantos desse Brasil. Gente estudando freneticamente e escol

Por | Edição do dia 19/09/2015 - Matéria atualizada em 19/09/2015 às 00h00

Até dois anos atrás, o País inteiro, de norte a sul, andava em caravanas para participar de provas de concurso público. Eram os já chamados concurseiros. Os editais saíam no atacado de todos os recantos desse Brasil. Gente estudando freneticamente e escolas investindo pesado no setor. Parecia que o governo queria bater um recorde de maior empregador do mundo. Num País continental como o nosso, o Brasil já possui uma folha de pagamento que beira os 250 bilhões de reais, segundo a Folha de São Paulo de 14.09.2015. Uma nação é igual a uma empresa, para se manter é preciso produzir. Seu produto principal é a arrecadação de impostos. E, para haver impostos é preciso que haja desenvolvimento. O que significa crescimento da economia, abertura de novas indústrias e novos pontos de vendas, incluindo o aumento nas exportações. E tudo é proporcional, principalmente a geração de novos postos de trabalho. Para a iniciativa privada, esta conta tem que fechar, caso contrário a empresa quebra. E para o País? No ano passado, o site da Revista Época publicou em 02.10.2014 uma matéria com o título: O Brasil gasta demais com funcionários públicos. E complementava: (...) cargos de confiança são 600 mil. Agora, a Folha de São Paulo aborda os possíveis cortes que o governo será obrigado a fazer para tentar minimizar o deficit previsto para o ano que vem. Como será possível num ano de eleição? Fingir que está tudo bem? O problema principal vem da gestão de nossa república federativa, que acumula poder em cima de poder, onde cada estado é um país com leis próprias e uma estrutura administrativa cortesã e gananciosa que gasta mais do que arrecada. Cumulativamente, são três poderes competindo em orçamentos pesados contra o erário público. São pastas e gabinetes que funcionam como o pontificado na época de Alexandre VI, você olha de longe e já pensa o que o sujeito faz ali perdido como um objeto decorativo, fingindo ser uma autoridade, apenas para compor uma solicitação partidária. Esse, definitivamente, não é um País para a iniciativa privada, nem para o empregado que cumpre horário e tem que gerar riquezas. Por isso, a pior parte é reservada a esses brasileiros, de modestos salários da iniciativa privada e aos aposentados e pensionistas. Pagar para tirar o País da crise. Esta é a parcela mais prejudicada. Some-se a tudo isso o alto grau de desconfiança generalizado a todos os setores administrativos, políticos, financeiros e até a parte da elite do setor privado. Como podemos ser vistos de fora para dentro?

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