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Saulo, Saulo, porque me persegues?

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Eu, como quase todos e todas de minha família extensa, fui criado entre uma touceira de cana, outra de capim e, principalmente, ajoelhado diante de um santuário ? que ainda o mantenho ? rezando o santo terço em louvor ao ?Meigo Nazareno? e a Santíssima Virgem Maria. Apesar de minha fervorosa devoção ao cristianismo, pois acredito que o profeta Jesus, de Nazaré, na Galiléia era, realmente, o Filho Unigênito da Fonte Primordial de Vida, eu, por motivos que aqui não cabem esclarecimentos, há um bom tempo não assistia uma Missa. Todos os anos, a partir do dia 24 de Janeiro, durante nove noites seguidas, tem início as festividades do Senhor Bom Jesus do Bom Fim, Padroeiro da sofrida, mas amada e querida Viçosa. Ocorre que neste dia eu estava em Viçosa e aproveitei para dar uma demorada espiada na praça onde existia, entre outras atrações, barracas, bingo e grande animação popular. No dia 25, fui assistir a santa Missa. Ao entrar no grande salão da Igreja de Nossa Senhora das Dores, repleto de gente humilde, estirei o olhar e lá perto do altar, do lado esquerdo, vislumbrei uma senhora alta, elegante, de voz compassada e de origem humilde: era uma das mais cristalinas Brandão Vilela, pois sobrevivente da Ingazeira, a quem coube ler uma passagem dos Atos dos Apóstolos, a mesma em que Jesus diz: ?Saulo, Saulo, porque me persegues?? De início esclareço que apesar da grande importância de uma missa e da enorme quantidade de pessoas, não vi nenhum inquilino, seja da Assembléia, do Palácio, da Câmara ou do Senado Federal, e tenha ele o comportamento de Lúcifer ou do Arcanjo São Miguel. Afinal, porque esses dignos e nobres senhores apareceriam se nas Missas o voto que se pede é para a Santíssima Trindade e a Virgem Maria? Escutei com desmedida atenção todo o texto da conversão de Paulo e confesso que fiquei muito pensativo com o que lhe sucedeu. Acho que foi um privilégio. Um privilégio único que Jesus lhe concedeu. Após a leitura, sentamos. Olhei para a parede lateral da Igreja e notei que era o quadro que representa a XI Estação ? Jesus é pregado na cruz ? que estava ao meu lado. Que coincidência! De uma ou outra maneira, e por um ou outro motivo, às vezes fútil ou sem nenhuma razão e por haver sempre alguém ou alguma coisa constantemente conspirando contra nós, somos perseguidos e sofremos para, logo após, sermos miseravelmente, crucificados. Essa a grande verdade e sucesso do cristianismo: um culto que louva o mais atroz sofrimento e, por fim, a morte, pois a ressurreição de Jesus, apesar da crença e da fé escapa, e muito, do que é possível historicamente verificar, pois ainda pertence ao campo do mito. O cristianismo é, pois, um minucioso filme da vida de cada um de nós.

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