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Nº 5759
Opinião

Alicer�ados numa certeza - II

Deixei, no último artigo meu, há exatos oito dias, algumas indagações: Não seria o cristianismo, não seria a nossa fé católica simplesmente mais uma possibilidade entre tantas, mais uma tentativa ilusória de explicar e enfrentar a existência? Não seria ma

Por | Edição do dia 11/02/2017 - Matéria atualizada em 11/02/2017 às 00h00

Deixei, no último artigo meu, há exatos oito dias, algumas indagações: Não seria o cristianismo, não seria a nossa fé católica simplesmente mais uma possibilidade entre tantas, mais uma tentativa ilusória de explicar e enfrentar a existência? Não seria mais lógico, mais tolerante afirmar, como o fazem as religiões do Extremo Oriente, que o Mistério, o Divino não pode ser capturado, compreendido e, assim, toda religião é apenas um balbucio humano, tímido, provisório, imperfeito e incompleto sobre Este Mistério que é a saudade visceral do coração humano? Esta visão não seria mais madura, mais tolerante, mais de acordo com o pretenso multiculturalismo do mundo globalizado atual? Uma religião como o cristianismo não seria uma pretensão intolerante de se julgar “dona da verdade”? Não seria esta, do cristianismo, uma visão ultrapassada, anacrônica, reacionária? A Igreja, o cristianismo, não nasceu de uma procura filosófica, de uma teoria religiosa humana, de uma especulação para matar a saudade do coração! Nada disto! Tudo começou com um fato bem concreto, histórico, desconcertante, envolvendo gente concreta, gente simples, de pouca filosofia... Um fato, concreto como uma rocha, que mudou radicalmente a vida de alguns poucos e, depois, de tantos... Mudou a minha vida e, talvez, a sua também... Pedro e João dele falaram, bem no iniciozinho do nosso caminho de Igreja neste mundo; falaram diante do Sinédrio de Israel. Eis o fato, eis o desconcerto: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes suspendendo-O no madeiro. Deus, porém, O exaltou com a Sua Direita, fazendo-O Chefe e Salvador. Nós somos testemunhas destas coisas, nós e o Espírito Santo!” (At 5,30ss). Eis aqui o princípio de tudo: homens ignorantes, rudes, sem grande instrução religiosa nem posição social (cf. At 4,13) testemunharam corajosamente um fato, uma experiência objetiva que modificou para sempre a vida deles! Quando, na corrida da vida, o turbilhão de ideias e ideologias nos apoquentar e ameaçar nos desviar do essencial, recordemos a simplicidade do princípio, a concretude contundente das nossas origens: Jesus de Nazaré pregador e taumaturgo, crucificado e morto em Jerusalém, numa sexta-feira, 7 de abril do ano 30, fez-Se ver, deixou-Se encontrar, veio ao encontro dos Seus, ressuscitado com Poder pelo Deus de Israel, a Quem chamava de Pai! Ele mesmo, vivo, vitorioso, soberano, constituiu com autoridade, coragem e sabedoria os Doze primeiros, a ponto de todos eles viverem uma vida errante, despojada, anunciando feito loucos esta Notícia incrível, até derramarem o sangue para testemunhar o que viram, ouviram, tocaram! Cristão, sejas lá quem fores, tu não vieste de uma ideia, tua origem não se funda numa lenda: tu vens de Alguém concreto, tua fé se funda num anúncio e num testemunho selado com o próprio sangue! Atenção, cristão, para não confundires nunca a verdade do Evangelho que te foi anunciado com as fantasias e opiniões tão provisórias deste mundo! Recorda-te: os céus e a terra passarão, mas o que te foi anunciado – concreto, verdadeiro, desconcertante! – jamais passará!

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