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Nº 5759
Opinião

EM TEMPOS DE CRISE, EXPORTAR PARA CRESCER

Certamente 2015 foi um ano desafiador para o setor empresarial, e 2016 não deve ser diferente. Para se ter ideia, dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) apontam que a produção física dos transformadores caiu 9,3% de dezembro de

Por | Edição do dia 05/03/2016 - Matéria atualizada em 05/03/2016 às 00h00

Certamente 2015 foi um ano desafiador para o setor empresarial, e 2016 não deve ser diferente. Para se ter ideia, dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) apontam que a produção física dos transformadores caiu 9,3% de dezembro de 2014 a novembro de 2015, enquanto a indústria geral caiu 7,7% no mesmo período. É um fato, portanto, que o mercado brasileiro está encolhendo. O consumo tem caído no País e não há expectativa para retomada no curto prazo. Ainda que cenários otimistas apontem para uma recuperação no segundo semestre, com um mercado interno instável, o setor de transformação de plástico precisa apostar em novas estratégias para continuar crescendo, pois não será possível ganhar market share no País. Quando o mercado diminui, as alternativas são: reduzir a produção, entrar numa guerra de preços para manter as vendas ou desenvolver novos mercados e/ou aplicações. Reduzir a produção significa demissões, perda de conhecimento técnico, além de de sinergias operacionais. A guerra de preços não é uma alternativa inteligente, pois leva invariavelmente à quebra de empresas ou segmentos inteiros. Portanto, resta nesses momentos o desenvolvimento de novas aplicações e mercados. Dentro desse contexto, a exportação desponta como uma séria alternativa de novos mercados, potencializada pela desvalorização cambial que tem um aspecto positivo para a indústria brasileira ao colocar seus produtos em um melhor patamar de competitividade. Os custos locais, inclusive mão de obra e energia elétrica, em dólar diminuíram de maneira importante. A recessão chinesa não deve assustar quem aposta na exportação, pois a saída está muito mais próxima: nos países vizinhos e membros do Mercosul. A Argentina, por exemplo, depois de encolher por diversos anos, vive um momento de euforia com o novo governo e expectativa de crescimento do PIB de 1% em 2016. Bolívia, Paraguai e Uruguai devem crescer 5%, 3,8% e 2,6%, respectivamente, neste ano. O sucesso no exterior, entretanto, exige que o transformador esteja preparado para essa nova estratégia de negócios, fortalecendo sua gestão, capacitado para atender às exigências de qualidade de parceiros em outros países e preparado para atender a um aumento da demanda. Há muitas iniciativas voltadas para promover o desenvolvimento dessa indústria, como o Plano de Apoio à Cadeia do Plástico (PICPlast), que prevê a criação de programas estruturais que contribuam com o aumento da competitividade e crescimento da transformação plástica. Já existem também plataformas pensadas exclusivamente para facilitar o acesso do empresário brasileiro ao comércio exterior, como o Think Plastic, que lançou o Programa de Capacitação em Negócios Internacionais. O transformador que desejar ter sucesso fora do Brasil deve pensar em arranjos industriais diferentes, com consolidação em alguns setores e a busca de sócios ou parceiros no exterior que possam fazer aportes em tecnologia ou facilitar o acesso a outros mercados. O fato é só um: o contexto econômico mudou e a fórmula que funcionou até agora não vai dar mais os mesmos resultados. Está na hora de mudar a fórmula e buscar novas soluções para escapar da crise e seguir crescendo.

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