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A MARCHA DA HIST�RIA

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Jânio Quadros foi o primeiro presidente da República a tomar posse em Brasília, no dia 31 de janeiro de 1961. A nova capital do País havia sido inaugurada um ano antes. Tendo como símbolo de campanha uma vassoura, Jânio conquistou o País com seu discurso anticorrupção: ?varre, varre, varre, vassourinha!/ Varre, varre a bandalheira!/ Que o povo já ?tá cansado/ De sofrer dessa maneira?. No dia 25 de agosto renunciou alegando ?forças ocultas?. Tinha uma queda por medidas inócuas. Durante o breve mandato proibiu o biquíni e brigas de galo (quando foi prefeito de São Paulo, em 1986, chegou a proibir, pasmem, o skate). Num processo natural deveria assumir o vice-presidente, João Goulart. Naquela época não havia chapa casada, os votos para presidente e vice eram distintos. Mas Jango, como era conhecido, estava na China. Os militares e a chamada classe dominante não o queriam presidente ? votaram em Jânio, não em Jango. Houve então um prenúncio de golpe. Passaram a faixa presidencial para Ranieri Mazilli, presidente da Câmara, desrespeitando a Constituição. Era o caos. Para resolver o impasse, o Congresso aprovou o regime parlamentarista em 2 de setembro de 1961. No dia 8, Jango tomou posse tendo Tancredo Neves como primeiro ministro, presidia, mas não governava. Como é perceptível, somos velhos navegantes de grandes crises. Quando todos achavam que estava tudo dominado, João Goulart propôs um plebiscito para a volta do presidencialismo em 1963. A vitória foi esmagadora. Com um discurso nacionalista, apoiado nas reformas de base e voltado para os mais pobres, Jango consolidou o poder, mesmo que por pouco tempo. O establishment, no caso os empresários, a classe alta, o clero e uma imprensa moralista, não poderiam tolerar um esquerdista no poder, e uma grande campanha para derrubar João Goulart foi desencadeada. Uma parte da população foi às ruas. O auge foi a Marcha com Deus Pela Liberdade. Na verdade, foram 49 marchas realizadas em 1964. Uma delas reuniu 500 mil pessoas, no dia 19 de março, com apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a mesma Fiesp que ressurge agora, provando que qualquer coincidência é mera semelhança. No dia 31 de março (muitos afirmam que foi primeiro de abril) os militares tomaram o poder e mergulharam o Brasil numa cruel ditadura. Foram anos de perseguição, tortura e ausência de democracia, sob a justificativa de que o Brasil não poderia cair nas mãos dos comunistas. Voltando ao início, Jânio Quadros recebeu a faixa presidencial das mãos de Juscelino Kubitschek, dois presidentes eleitos pela vontade popular. Esperamos que o mesmo aconteça em 2018.

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