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Nº 5812
Opinião

Crime, dengue e dinheiro

Segundo o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Paulo Costa Leite, no que toca à segurança pública, o Brasil está “chegando ao fundo do poço”. De acordo com tudo o que se ouve e vê, no tocante à saúde pública, o Brasil já está sendo

Por | Edição do dia 10/03/2002 - Matéria atualizada em 10/03/2002 às 00h00

Segundo o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Paulo Costa Leite, no que toca à segurança pública, o Brasil está “chegando ao fundo do poço”. De acordo com tudo o que se ouve e vê, no tocante à saúde pública, o Brasil já está sendo mergulhado abaixo do que seria o fundo da cacimba. As declarações do presidente do STJ foram emitidas depois que o magistrado tomou conhecimento dos atentados à bomba montados em São Paulo contra fóruns localizados em bairros populosos da capital paulista. As opiniões sobre a tragédia na saúde pública dispensam maiores explicações, basta se ter um mínimo de atenção ao noticiário de qualquer veículo de comunicação no Brasil. A dengue segue soberana, castigando o povo pela irresponsabilidade do governo federal. Planos não faltaram. As máquinas públicas, tanto na Saúde como na Segurança, fizeram a sua parte técnica. Elaboraram várias propostas, algumas até recitadas pelos políticos governistas encastelados nos ministérios e órgãos específicos. No caso da Segurança se fez até um bom alarde sobre um tal plano nacional, que pelo silêncio subseqüente deve ter sido abandonado numa esquina eleitoral qualquer. Na Saúde, não se pode  esquecer do projeto Adib Jatene,  elaborado para erradicar a dengue e eliminar o aedes aegypti. Mas, em todos os casos, e particularmente nessas duas áreas fundamentais, o governo sempre justificou o engavetamento dos planos por falta de recursos. Ora, ora – ontem mesmo, enquanto o ministro Costa Leite apontava a proximidade do fundo do poço, a cisterna do governo transbordava de dinheiro com a arrecadação de impostos batendo um novo recorde no mês de fevereiro. Segundo o próprio governo, foi amealhada a cifra de 17,5 bilhões de reais nos 28 dias de fevereiro, cravando um aumento de 20,32% em relação ao mesmo período do ano passado. É a república dos impostos, da dengue e das gangues. Pensando bem, talvez tudo se relacione com mais intimidade que supõe nossa vã filosofia.

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