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Renúncia de Bento: um gesto que marcou a história

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Um filme que está sendo produzido pela Netflix retrata fatos do Papa Francisco e Bento XVI, dentre estes, a renúncia do último. Quase cinco anos depois de abdicar ao trono petrino, The Pope é uma prova que esta temática ainda atrai a atenção do mundo. Até hoje são muitas especulações acerca do que realmente aconteceu. Por isso, faço algumas colações aqui. Vejamos o discurso anunciando a renúncia. Bento XVI disse que ?depois de ter examinado repetidamente a consciência diante de Deus? chegou à conclusão de que suas forças, ?devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino?. Porém, vale ressaltar que naquele dia, bem como até hoje, ele se encontra plenamente lúcido. As forças do seu corpo são diametralmente opostas a da sua lucidez. Pode-se constatar que a notícia da renúncia não veio em uma situação de insanidade ou em um momento em que ele estava fora de si. Sobre a pressão sofrida para renunciar, vale lembrar que alguns motivos apresentados como tais, deveriam também estar presentes no sucessor. Neste caso, vemos que Francesco assinou um verdadeiro armistício com o Patriarca Kirill, desejando uma aproximação com a Igreja Ortodoxa da Rússia. Isso aconteceu logo abaixo da costa dos Estados Unidos, em Cuba. Além disso, para os que se referem a uma consternação diante da situação da pedofilia, Francisco continua o trabalho de tolerância zero do antecessor. A pressão teria então acabado? Para concluir, podemos sublinhar que Bento é um homem desapegado, inclusive das benesses que poderia continuar tendo sendo o maior chefe religioso do planeta. Sempre dado à oração e meditação, suas palavras sobre a renúncia nos fazem entender que foram gestadas durante um período, fazendo-o sofrer para chegar a tomar a decisão, contudo com a reta consciência em pensar ser isto o melhor para a Igreja. Olhando para o futuro desta, acreditou que existiam mais benefícios que prejuízos ao realizar o ato da renúncia. Hoje, sua atitude de permanecer em silêncio, dedicado a uma vida de um modo monástico, nos faz perceber a coerência com aquilo por ele dito e por ele feito. Ele tem sido extremamente fiel ao que havia exposto como continuação da sua peregrinação na terra. Coerência esta que nos faz acreditar com segurança no apresentado por ele como razões para aquele momento histórico. De fato, um gesto que esta geração presenciou, que mudou o rumo da Igreja e que fará no futuro muitos ainda refletirem sobre este tempo e os sucessores de Pedro.

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