Opinião
O voto e o fim do atraso

O governador Renan Filho (MDB) não se furtou à obrigação de comparecer à Assembleia Legislativa, ontem, para a sessão solene de instalação dos trabalhos da 4ª Sessão Legislativa da 18ª Legislatura. Ali, discorreu sobre as ações desenvolvidas nos três anos e dois meses em que está à frente do Executivo alagoano, e revelou os projetos e metas que seu governo tem para 2018. Do alto do poder pessoal que o caracteriza, se mostrou otimista com o futuro, graças, segundo disse, às medidas de controle de gastos que adotou desde o início do mandato, em janeiro de 2015. No discurso, listou as providências que adotou e que lhe permitem, segundo disse, fazer investimentos em todas as áreas da administração pública. Destacou a queda no endividamento, que baixou de 175% da receita corrente líquida do Estado para 95%, situação que definiu como algo muito representativo e que, talvez, seja a maior redução de endividamento de um estado para com a União, Durante a instalação do último ano da atual legislatura (período de quatro anos do mandato eletivo), o governador assegurou ao Parlamento que, enquanto o Brasil vive uma das suas maiores crises, Alagoas honra seus compromissos. O otimismo foi a marca do discurso apresentado pelo chefe do Poder Executivo, que traçou um cenário de avanços e melhorias em educação, saúde, segurança, infraestrutura. Ao final, declarou que Alagoas ?finalmente virou uma página, deixando o passado de atraso para trás?. Mas, antes de pontuar as ações de seu governo, Renan Filho alertou os 21 deputados estaduais presentes à sessão, de um total de 27 integrantes que tem a Assembleia Legislativa, sobre a necessidade de substituírem a agenda eleitoral pela agenda do interesse público. Usando um tom conciliador e citando também o Poder Judiciário, pediu a união dos poderes públicos, preservada a autonomia de cada um em torno de pontos comuns, num esforço pelo desenvolvimento e crescimento social do Estado. Que as divergências sejam deixadas para o período pós-crise, propôs. De fato uma cobrança necessária, mas improvável, considerando que 2018 é ano de eleição e o foco de cada parlamentar é a busca por um novo mandato. A história mostra que dificilmente o bem comum supera a campanha eleitoral. Mas, diante do discurso oficial, os alagoanos bem podem observar com atenção o papel que cabe a cada Poder e, quem sabe, votar com mais consciência!