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A ceia gay de Salerno

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Uma leitura gay da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, foi produzida em Salerno, Itália, pela organização DiverCity para uma festa realizada no dia 13 de março, uma quinta-feira. A imagem mostra uma versão de Jesus entre os 12 apóstolos em cenas de erotismo. A peça publicitária tem como lema: ?Não somos blasfemos, somos alternativos?. Organizadores do evento declararam: ?Queremos reafirmar nosso respeito pela opinião alheia, mas igualmente reiteramos com força e convicção nossa liberdade para vivermos e nos divertirmos da maneira como achamos melhor. Além disso, enfatizamos que a peça de comunicação que utilizamos não tem como intenção blasfemar, nem ofender, nem desrespeitar.? Iniciamos este ano uma série de artigos, que têm sido publicados semanalmente, na Gazeta de Alagoas, que aborda como tema central: A Libertação Social no Mundo Contemporâneo. Esta pesquisa e crítica, sem apologia alguma, embora tenha como fundamento a própria História da Arte, traz um viés sociológico que navega entre as ações e reações da sociedade, desde o primeiro quartel do século 20 aos nossos dias. Portanto, não é fácil tratar da Ceia Gay de Salerno, isoladamente, sem que o leitor tenha acompanhado esses artigos. O primeiro saiu em 30 de janeiro. Mas vamos tentar. Mas o que se pensa da questão da diversidade, em todas as áreas, seja de gênero, sexual, étnica, religiosa, política e qualquer outra área, tem sido motivo para confronto e violência. A intolerância homofóbica que leva ao crime não é diferente da intolerância do pastor que chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida em 1995, nem da mulher de defecou e urinou na foto de Bolsonaro em 29 de abril de 2016 e tampouco no episódio da Quebra de Xangô em 1912. Todos são casos de intolerância e de sectarismo levados ao extremismo. O mesmo extremismo que dita a guerra no Oriente Médio e que motivou o holocausto judeu durante a Segunda Guerra. A mídia utilizada para o evento da DiverCity não pode ser recriminada pela apologia ao homossexualismo, é um direito da organização de se expressar livremente, como fez Dan Brow da figura de Madalena no livro O Código da Vinci. No entanto, passa ser motivo de confronto quando ofende a simbologia cristã, igualmente fez o jornal francês Charlie Hebdo, que ao desmerecer a figura de Maomé encontrou resposta na ação terrorista de 7 de janeiro de 2015. A discussão, portanto, não é do ponto de vista estético, mas da motivação social para a ação e reação. Qual foi a motivação social (ação) que levou ao assassinato da vereadora Marielle Franco (reação)? Caberá ao leitor responder.

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