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domingo, 29/06/2025 | Ano | Nº 5999
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O Brasil que se quer

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Alçados à categoria de comentaristas ocasionais, eleitores brasileiros têm se esmerado em apontar mazelas, sugerir obviedades e crucificar políticos em horário nobre. A campanha lançada pelo maior complexo de comunicação do País para recolher depoimentos de cidadãos sobre o Brasil que se quer traz, contudo, um componente que vai além da boa vontade: o pessimismo. A sensação de que nada funciona é forte e a mídia reverbera a frase de que boa notícia é a má notícia. Daí, amostras do caos nos equipamentos institucionais e a responsabilização de administradores incompetentes: ninguém se salva. Mas há exemplos de boas gestões que não alcançam repercussão porque a imprensa insiste na tese de que não há nada bom, se está tudo certo, talvez seja devido a alguma irregularidade, por mais paradoxal que isso seja. Nos depoimentos, os cidadãos não destacam nada de benéfico que possa servir de exemplo para o futuro: estão aí as universidades no interior, as escolas em tempo integral, a valorização da agricultura familiar, raridades, dirão alguns, mas ocorrem. É claro que o Brasil se encontra em parte destroçado: a saúde entrou em colapso, a educação sofre com professores mal pagos e alunos sem merenda, e a insegurança transformou cidades em zonas de guerra. Ao pedir o fim disso e responsabilizar os políticos, os depoentes fazem um mea culpa: foram eles que os escolheram. Apresentadores de telejornais têm destacado a preocupação do eleitor e frisado que o voto deve ser direcionado a pessoas honestas e competentes (o óbvio), mas não mencionam o fato de que não basta apenas votar e cruzar os braços, esperando que tudo se resolva sem a sua participação. Acompanhar, fiscalizar, cobrar, mas também propor, é fundamental para o pleno exercício da cidadania: isso se chama democracia. Os municípios fazem sessões públicas para discutir as Leis de Diretrizes Orçamentárias, que compreendem as metas e prioridades da administração pública para o exercício financeiro, ou seja, onde aplicar o dinheiro. Pouca gente comparece, talvez por achar entediante, porém quanto maior a participação, maior a capacidade de influir positivamente para o bem de todos. O fato é que o Brasil para avançar necessita da participação de todos. Não basta inquirir o que o Estado pode fazer por mim, mas também refletir sobre como eu posso melhorar o lugar onde vivo. Em suma: participação. Precisamos seguir apontando os erros, denunciando os descalabros, mas também indicando caminhos. Ao invés de simplesmente odiar, debater, melhorar a política. Todos saem ganhando.

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