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O Ministério da Saúde lançou, no último fim de semana, um alerta preocupante. Há 312 municípios no País com risco de surto de poliomielite, a paralisia infantil. Há 28 anos o Brasil não registra casos da doença. No entanto, o risco de a doença retornar é grande por causa da resistência de pais e mães em vacinarem os filhos. O ministério orienta os gestores locais a organizar as redes de prevenção, inclusive com a possibilidade de readequação de horários mais compatíveis com a rotina da população brasileira. A pasta também recomenda o reforço das parcerias com creches e escolas, ambientes que potencializam a mobilização sobre a vacina por envolverem as famílias. A queda na cobertura vacinal contra a pólio não é um fenômeno isolado. Desde 2013, a cobertura de vacinação para doenças como caxumba, sarampo e rubéola vem caindo ano a ano em todo o País e ameaça criar bolsões de pessoas suscetíveis a doenças antigas, mas fatais. O desabastecimento de vacinas essenciais e municípios com menos recursos para gerir programas de imunização estão entre as causas do problema. Há, porém, um fator ainda mais preocupante: pais que se recusam a vacinar seus filhos, seja por questões religiosas, seja por desinformação. Os grupos contrários à vacinação no Brasil são discretos se comparados aos de outros países. Entretanto, em tempos de redes sociais, notícias alarmistas e equivocadas circulam rapidamente. Esses grupos são impulsionados por meio de páginas temáticas no Facebook que divulgam supostos efeitos colaterais das vacinas. Para especialistas, além do risco individual, a não imunização traz problemas coletivos, ao favorecer a proliferação das doenças. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre duas e três milhões de mortes por ano são evitadas por conta da vacinação das pessoas. É bom lembrar que o Brasil é reconhecido internacionalmente por seu amplo programa de imunização, que disponibiliza vacinas gratuitamente à população por meio do SUS. O poder público deve estar atento é realizar um estudo profundo para compreender a queda nos índices de imunização e evitar que o País retroceda nesse quesito e enfrente consequências graves. Para isso, é preciso melhorar a distribuição das vacinas nos postos e promover uma grande campanha educativa.

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