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Pesquisa realizada pelo Ibope, por iniciativa do projeto Todos pela Educação, revelou que metade dos professores brasileiros não recomenda a própria profissão por considerá-la desvalorizada. O levantamento entrevistou 2.160 professores da Educação Básica das redes públicas municipais e estaduais e da rede privada de todo o País. A amostra respeitou ainda a proporção de docentes em cada rede, etapa de ensino e região, segundo os dados do Censo Escolar da Educação Básica. De acordo com o estudo, os fatores de decisão pela carreira indicam principalmente uma escolha consciente, relacionada mais ao prazer por ensinar e transmitir conhecimento, mas para pouco mais de um terço dos entrevistados foi também uma questão de falta de outras opções. Entre os entrevistados, 49% dos entrevistados ?certamente não recomendariam? a profissão para um jovem. Entre algumas das palavras mais usadas pelos professores para as razões de recomendação ou não da profissão docente, se destacam as relacionadas à não recomendação, como a valorização, o salário e o reconhecimento. Cerca de 2 milhões de professores trabalham nas salas de aula de escolas públicas e particulares de educação básica no Brasil. A profissão teve grande importância no passado, mas hoje já não atrai jovens talentos para a carreira. Isso porque a universalização do ensino fundamental foi feita à custa dos baixos salários dos professores. Além disso, problemas de salas de aula lotadas, jornadas duplas de trabalho, com carga horária excessiva, são enfrentados por muitos professores e provocam desgastes em relação à profissão. Os docentes ouvidos pela pesquisa apontam como medidas mais importantes para a valorização da carreira a formação continuada e a escuta dos docentes para a formulação de políticas educacionais. Eles consideram urgente a restauração da autoridade e o respeito à figura do professor e, claro, o aumento salarial. O fato é que a sociedade não acordou ainda para a importância da educação e o papel estratégico do professor para o desenvolvimento do País. É preciso cobrar do poder público, em todos os inícios, ações concretas para transformar o quadro da educação. Essas ações passam pela valorização do professor, por meio de melhores salários, bons planos de carreira, formação inicial sólida e condições de trabalho adequadas.

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