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Planeta sobrecarregado

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De acordo com a Global Footprint Network, organização não governamental de pesquisa de recursos naturais e mudanças climáticas, a população mundial consumiu até o dia de ontem o conjunto de recursos que a natureza pode produzir em um ano. E, pelo restante de 2018, consumirá além da capacidade de renovação anual. Em outras palavras, a humanidade está utilizando a natureza de forma 1,7 vez mais rápida do que os ecossistemas do nosso planeta podem se regenerar. Os custos desse excesso de gastos ecológicos incluem desmatamento; colapso pesqueiro; escassez de água doce; poluição; erosão do solo; perda de biodiversidade e acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera. Em cada ano, desde 1970, esse marco é conhecido como o Dia de Sobrecarga da Terra, que representa o momento em que o consumo de recursos naturais supera o volume que o planeta é capaz de renovar. Considerando somente os padrões de produção e consumo do Brasil, o Dia da Sobrecarga teria sido atingido em 19 de julho. Segundo dados da associação que reúne empresas de limpeza urbana, no Brasil 20 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos poderiam ser recuperados por ano com reciclagem, o que representa cerca de 25% do total do lixo gerado. O País ocupa o quinto lugar na geração de lixo no mundo e, diante dos baixos índices de reaproveitamento, contribui para o esgotamento dos recursos naturais do planeta. A estimativa é que o País perde cerca de R$ 3 bilhões por ano ao não reaproveitar os resíduos sólidos gerados, de acordo com o presidente da entidade. Além disso, o Brasil gasta cerca de R$ 6 bilhões por ano com a descontaminação das áreas de destinação inadequada, nas quais esses resíduos são depositados. Para especialistas, é preciso, de um lado, a conscientização do cidadão para consumir menos materiais descartáveis e fazer a separação dos resíduos em casa. O poder público, por sua vez, deve oferecer serviços de coleta seletiva, enquanto a indústria deve ser parceira do sistema de logística reversa. Cientistas fazem o alerta: se a humanidade não mudar o processo de produção e consumo, chegará um momento em que o planeta realmente não vai ter a capacidade de regeneração. Com isso, algumas matérias-primas se esgotarão, ou ficarão cada vez mais escassas.

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