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terça-feira, 08/07/2025 | Ano | Nº 6005
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Ganhar as eleições com populismo e governar

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A campanha eleitoral entra em sua fase final com Bolsonaro x Haddad como favoritos para a disputa do segundo turno; representantes dos extremos do espectro político, mostrando que o eleitorado de centro, teoricamente majoritário no País, ou não mais existe ou não se sentiu atraído pelas propostas moderadas e exequíveis do centro. Sobre os dois candidatos favoritos, recaem as preocupações não só com o extremismo, como pelo alto risco de ambas as candidaturas estarem impregnadas do veneno do populismo, suficientemente comprovado no governo petista, e inquestionavelmente uma das principais causas da violenta crise brasileira atual. Sobre o populismo ser a base da candidatura de Bolsonaro, faz-se necessário defini-lo; existem dois fundamentos muito diferentes na prática do populismo: um é rifar o futuro para se chegar ou se manter no poder. Outro é rejeitar o jogo político tradicional, transformar a oposição em inimigos do povo e da pátria e adotar planos em conflito com os direitos e a forma de atuar do Estado estabelecida na Constituição ? e mesmo nas leis comuns. Os dois costumam andar juntos, mas não obrigatoriamente. São armas da política, mas indispensáveis ao populismo, mentir deliberadamente, fazer promessas irresponsáveis, apelando para os sentimentos primitivos da população, como a indignação e o sofrimento. O populista condena os partidos e os políticos de um modo geral. Historicamente cria um partido para ele, que apresenta como o Antipartido, é ?contrário? às políticas tradicionais, incólume à corrupção e o divide ?somente? com o povo. Denuncia a ?elite política? e sugere direta ou indiretamente que pode governar sem o Congresso, embora saiba que isso é impossível, e na surdina esteja negociando apoio para governar. Divide a sociedade entre ?o povo puro? seu eleitorado e a ?elite corrupta?, todos os que não o apoiam (o nós x eles, de Lula), é agressivo e transmite essa agressividade aos seus devotos, que condenam intolerantemente todos os que não o seguem; pratica o populismo econômico, que sacrifica as finanças nacionais para ganhos imediatos com parcelas da sociedade. O líder populista encarna uma figura forte, que apresenta Deus, pátria e família como bandeiras pessoais, como se os outros candidatos as desprezassem. Adota discurso agressivo e anuncia que a sua pessoa é a única que encarna a vontade do povo, sofrido e indignado. O País vive também a iminência de ter esse outro tipo de governo populista, agora de extrema direita, cuja governabilidade é extremamente improvável.

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