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Sentir-se feliz como médico

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No último dia 18 foi comemorado o Dia do Médico. As entidades médicas de Alagoas, bem unidas que são, fizeram um extenso programa social e científico pela passagem dessa data que comemora também o dia de São Lucas, o padroeiro dos médicos. Apesar de tantos desencontros, o médico tem se esforçado para sentir-se feliz em sua profissão, humanizando o seu trabalho. A Medicina vive literalmente do sofrimento humano e a força imanente da nossa profissão e, talvez o seu maior encanto, estão ainda no trato permanente com aquele que sofre. São Lucas, seguindo os estudiosos de sua vida, formou-se em medicina 49 anos depois que Jesus havia morrido. Sentia-se profundamente feliz em examinar os romanos e ouvir as histórias da passagem do Cristo pela região, fazendo seu Evangelho e os Atos dos Apóstolos. Viveu sempre alegre e feliz. Visitava os presídios e lá encontrou São Paulo, onde ficaram amigos durante 11 anos. São Paulo também costumava dizer que em qualquer situação procurava estar sempre alegre. Francisco de Castro, o grande clínico brasileiro, orador primoroso, afirmava com razão que, em torno do médico, se forma muitas vezes uma atmosfera de culto, porque de seus lábios se derrama sobre a tristeza das almas a doçura das consolações supremas. Que o médico em qualquer idade penetre pois o fundo das almas, e dê sempre aos que sofrem a transfusão da sua amizade, ao lado da técnica e de sua arte. E o médico de hoje, principalmente o jovem médico recém-formado, salvo raríssimas exceções, perde-se em meio à luta pela vida, girando atordoado entre pacientes, hospitais, plantões em clínicas particulares, consultório, reuniões científicas, restringindo frequentemente sua vida pessoal e familiar. Mas, apesar de tudo, dos vencimentos públicos minguados e das tabelas ridículas dos planos de saúde e do SUS, determinando uma não realização profissional a contento, o médico ainda detém em suas mãos um dos mais importantes, se não o maior de todos os desígnios, que é a sua capacidade de curar. Ninguém pode ainda negar ser o médico o guardião da vida, o defensor do homem contra as agressões a que está sujeito. Miguel Couto, o grande clínico brasileiro, costumava dizer: ?O diploma confere um título, mas não faz o médico?. É preciso ter vocação para ser feliz na medicina. O progresso da medicina é notável, tecnologia avançadíssima, porém ao lado desse progresso a relação médico-paciente não pode ser quebrada. A Academia Alagoana de Medicina, à qual tenho a honra de pertencer, parabeniza todos os médicos de Alagoas, lembrando as grandiosas palavras do clínico Clementino Fraga: ?Bem-aventurados os que amam a Medicina e fazem dela a razão de ser de suas vidas?.

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