Brigas, divisões, pós-eleição: e agora?

Um dos fenômenos que levou muitos comunicólogos a tentarem analisar de uma forma mais profunda foi o uso das redes sociais como fator chave para estas últimas eleições. Na questão presidencial, foi decisivo. E os eleitores as utilizaram como um verdadeiro cenário de expressão de seu apoio. Em uma conversa face a face muitas pessoas têm dificuldades de discordar ou até de alterar o tom. Contudo, nas redes sociais, um comportamento pode ser visto em comum: as pessoas se sentem mais ?à vontade? para debater. O que acontece quando o assunto gira em torno de temas polêmicos, como por exemplo, nas áreas de religião ou política? Discussões intermináveis, brigas entre amigos, divisões entre famílias etc. A lista é grande, realmente! E agora que estamos vivendo o momento pós-eleição, você acha que as coisas se acalmaram? Todos sabemos que não. Recentemente eu postei no Facebook a seguinte frase: ?Agora que já sabemos o resultado das urnas, que tal acalmarmos os ânimos nas redes sociais?? E o que deveria ser um momento de pacificação, acabou se tornando um verdadeiro debate entre amigos meus de direita e de esquerda. Uma amiga desabafou dizendo que estava bastante decepcionada e que não foi respeitada em suas opiniões, causando assim uma profunda tristeza em si. Assim lhe respondi: ?Perdoe, amiga! Esse é o caminho! Não leve mágoas no coração. Isso nos escraviza. As divergências são normais na caminhada da vida, mas o que fazemos com elas determinará nosso futuro. Deus te abençoe!? Essa resposta me faz refletir até hoje. As redes sociais possibilitaram a ampliação da voz de muitos, fazendo chegar a um número de pessoas que é difícil contar. Consequentemente, o feedback é maior e mais intenso, seja a favor ou contra o que foi expressado. Confesso que são poucos os abertos a bons diálogos e escuta do colocado por outrem, por isso vimos muitos serem agressivos em suas palavras. A decorrência é que muitos saíram machucados profundamente. E somente o tempo será capaz de revelar o fim de tudo isso. Espero que aprendamos a lidar de uma forma diferente com as divergências que encontramos neste último tempo. Então, afirmo algo que estou seguro: o que fazemos com o que aconteceu pode determinar o nosso futuro, bem mais que o resultado obtido nas urnas.