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Nº 5821
Opinião

Pela paz

Esta semana, o Brasil foi abalado por mais uma tragédia, que suscita muitas reflexões. Dois jovens entraram pela porta da frente da escola onde estudaram, em Suzano, na Grande São Paulo, e dispararam contra funcionários e estudantes, causando oito mortes.

Por | Edição do dia 16/03/2019 - Matéria atualizada em 16/03/2019 às 00h00

Esta semana, o Brasil foi abalado por mais uma tragédia, que suscita muitas reflexões. Dois jovens entraram pela porta da frente da escola onde estudaram, em Suzano, na Grande São Paulo, e dispararam contra funcionários e estudantes, causando oito mortes. Em seguida se mataram. Não foi o primeiro caso desse tipo no Brasil. Em 2017, um garoto de 14 anos disparou tiros contra colegas de escola, deixando dois mortos e quatro feridos. Antes disso, em 2011, um rapaz de 23 anos invadiu uma escola no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro, e matou a tiros 12 estudantes. Os casos parecem inspirados em massacres recorrentes nos Estados Unidos, como o que ocorreu em 1999, em uma escola de Columbine, no estado americano do Colorado. Dois estudantes do ensino médio mataram 12 alunos e um professor e feriram 21 pessoas. A dupla se suicidou em seguida. Os fatos reforçam a necessidade reforçar a busca por uma nova prática social, que se fundamente nos princípios de tolerância, solidariedade, respeito à vida, aos direitos individuais e ao pluralismo, com solução não violenta de conflitos. Já em 1999, a Unesco iniciava o movimento Cultura pela Paz, utilizando como principais ferramentas a conscientização, a educação e a prevenção. Combater a violência armando a população e até mesmo os professores, como defendem alguns membros do atual governo, é uma visão distorcida em vários aspectos, além de jogar nas costas do cidadão uma responsabilidade que é do poder público. Construir uma cultura da paz envolve dotar crianças e adultos de uma compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e coletiva, da violência que tem sido parte integrante de qualquer sociedade. O combate ao bullying entra nesse contexto. Segundo o Unicef, um em cada três jovens entre 13 e 15 anos de idade é vítima de bullying na escola em todo o mundo É preciso, mais do que nunca, zelar para que as crianças, desde a primeira infância, recebam formação sobre valores, atitudes, comportamentos e estilos de vida que lhes permitam resolver conflitos por meios pacíficos e com espírito de respeito pela dignidade humana e de tolerância e não discriminação.

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