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segunda-feira, 14/07/2025 | Ano | Nº 6009
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As musas da Academia Alagoana de Letras

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Outro dia, durante entrevista, fizeram-me duas indagações: primeiro referente à idade dos sócios efetivos da Academia Alagoana de Letras e a segunda sobre a paridade entre homens e mulheres em nossa Instituição. Lembro de minhas respostas haverem sido fáceis e rápidas, afirmando ser, no âmbito cultural, a idade cronológica detalhe menos importante, valendo mais a jovialidade das ideias dos confrades. Quanto ao número de sócios efetivos, de ambos os sexos, falei desde cedo haver aprendido a enxergar as mulheres como as flores, encantando os jardins e representando o amor, todas lindas, sejam mães, filhas ou esposas. Apesar de tais predicados a lhes engrandecer, talvez elas encarnem as criaturas mais discriminadas, a ponto de serem taxadas de sexo frágil. Por estes motivos, certamente, durante muito tempo tiveram suas atuações restritas às atividades caseiras, com os homens dominando as primeiras ações nos mais diversos campos de atividade, inclusive literário como se observava, verdade também, nas Academias de Letras. Aos poucos, contudo, como consequência de seu esforço, elas vêm conseguindo superar tal barreira comprovando ser o saber a verdadeira luz, existente entre o simples pensar e a inteligência humana. Com sua coragem, a mulher tem demonstrado que a beleza e a verdadeira graça corporal acabam onde principia a expressão inteligente. A intelectualidade pode parecer exagerada, sobretudo quando modifica o semblante de qualquer rosto, emprestando respeito a quem a pratica com fervor. A Academia Alagoana de Letras, fundada em novembro de 1919, possuiu até hoje 171 sócios efetivos sendo, deste total, 18 do sexo feminino. Foram necessários mais de 25 anos para Eunice Lavánere, uma baiana radicada na Terra dos Marechais desde recém-nascida, integrá-la, em novembro de 1945, ocupando a cadeira de número 26 anteriormente sob a tutela de Joaquim Leão. Desde então, a abertura do Sodalício mais importante da Terra Caeté, para as damas, caracterizava-se apenas como uma exceção. Em 1954 foi a vez de Cléa Marsiglia, depois acompanhada, em ordem cronológica, por Guiomar Alcides, Anilda Leão, Heloisa Medeiros, Heliônia Ceres, Ilza Porto, Teomirtes Barros, Solange Lages, Arriete Vilela e Margarida de Mesquita. Já no presente século, foram empossadas Enaura Quixabeira, Vera Romariz, Eliana Cavalcanti, Lyzette Lyra, Mirian Canuto, Yaradir Sarmento e Edilma Bomfim. Hoje, ao celebrarmos o Centenário da Casa de Guedes de Miranda e Ledo Ivo, podemos afirmar serem as Musas da Inteligência Alagoana, as de ontem como as atuais, dignas de todos os aplausos, até porque, como mulheres, possuem múltipla vitalidade, sempre esbanjando energia, inteligência, coragem, sensibilidade e acima de tudo a vontade de manter pulsante a força do conhecer como perfume da alma. Nós, os homens integrantes da Academia Alagoana de Letras, somos felizes em tê-las como timoneiras.

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