Opinião
Avós e netos, amor imenso

Nessa sexta-feira, dia 26 de julho, foi comemorado o Dia dos Avós. Dentro da constelação familiar, além dos pais, dos irmãos, tios e primos, os avós possuem uma influência notável na vida dos netos. E hoje mais do que nunca. O IBGE, nas suas preciosas pesquisas, mostrou recentemente que os avós aposentados brasileiros em número bastante elevado, apesar dos minguados salários que recebem, conseguem manter os netos cujos pais se separaram ou faleceram. Dividem o que já é pouco, mas o fazem com extrema boa vontade e muito amor. Nos dias atuais ?o fiquei e o ficou? da juventude tem produzido muita vovó e muito vovô antes dos 40 anos. Vovós charmosas, elegantes, frequentadoras de academias que nem parecem já possuírem o título de avós. São os tempos modernos. Vejo isso todos os dias no meu consultório, mas elas assumem esse papel com uma felicidade imensurável. Durante todos esses anos no exercício da medicina, convivendo diariamente com as mães e as avós, posso julgá-las e afirmar que são notáveis em seu desempenho. Diz o ditado que ?avô é pai com açúcar? ?e avó é mãe adocicada?. É verdade. Em geral os avós são pessoas simples para os netos. Na execução da missão de ser avô ou avó, eles agem como se estivessem celebrando uma liturgia. Não é a grandeza do trabalho realizado que dignifica a existência deles, mas o empenho e a dedicação com que o fazem. O poeta indu R.Tagore disse: ?Adormeci e sonhei que a vida contornada pelos filhos e netos me transforma em alegria?. Tenho um cliente que é avô agora, já um pouco tarde. E ele me disse: ?Calcule, Dr. Milton, que eu não tinha medo de morrer. Achava que quando a hora chegasse estaria tudo bem e pronto, só era partir. Agora que sou avô, fiquei covarde mesmo. Tenho medo de morrer. Quero ver o meu netinho crescer.? O fato é que tenho pena de quem nunca teve um avô ou uma avó. Tenho profundas recordações dos meus avós maternos, pois os paternos não os conheci. Lá ia eu, com meu avô Luiz Carlos, de mãos dadas, passeando por entre os eucaliptos do Parque Gonçalves Lêdo. O velho e o moço trocando afetos e lembranças. Lembranças que jamais esquecerei. Todo neto ou neta deve ter um poema para os avôs amados e envelhecidos pelo tempo. Eles devem dizer da felicidade que têm tido de passar o tempo ao lado deles, ouvindo os seus planos de vida, seus conselhos, partilhando os seus bens. Entretanto, o que de mais precioso deles recebem é a sua doação. Como no movimento final de uma grande sinfonia, os grandes ensinamentos da vida se fazem com uma profunda bonança. O encontro dos pais, filhos e dos netos é selado pelo amor perfeito. Viver é caminhar para a frente, é progredir, é buscar objetivos. E caminhando na companhia de netos maravilhosos, que lhe sorriem, que lhe abraçam, que encantam o seu viver, então a vida será muito mais agradável.