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domingo, 31/08/2025 | Ano | Nº 6044
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Opinião

Resgatando as tradições

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| JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA * Saudando Edécio Lopes, quando do lançamento de seu livro Entardecendo, em nome da família, Paulo, meu filho, depois de bem enaltecer a figura do autor e sua obra, coloca: Peço permissão para expressar uma certeza da qual seria desautorizado por alguns dos que aqui represento (meu pai, meu avô, meus irmãos, Dedé e Ib decerto discordam de mim): a grande virtude de Edécio Lopes não é o rádio, não é a música, não é a interpretação, não é a composição, nada disso. O mais valioso nele é ser regatiano. Continua seu discurso deixando as paixões de lado, mas sabendo que mexia com as de seus irmãos azulinos, e com as de dr. Ib e minha, dois ex-presidentes do CSA, agradando entretanto a sua mãe de onde vem a preferência. Porém, meu filho, num momento em que nossa cidade tem se vestido muito mais de cores alienígenas, de clubes que nada têm a ver com nossas tradições, clubes esses paulistas, cariocas, gaúchos e até internacionais, é bom, e como eu gosto de ver, ser instigado por essa rivalidade só nossa, caeté, que vem dos antepassados portugueses com manifestações folclóricas como o pastoril e suas cores azul e encarnado. Como vibrei, naquele momento, sentindo o mesmo que sentiriam se ali estivessem alvicelestes como Jonas Oliveira e Osório Gatto, e alvirrubros como Lafayete Pacheco, fundadores, respectivamente, de nossos dois maiores clubes, CSA e CRB. Um grande conflito de paixões, com certeza, acirraria os ânimos. Esses clubes sempre foram os ícones de nossas torcidas. Centro e Regatas, como nossos avós chamavam, eram o foco de todas as discussões esportivas. Hoje, infelizmente, vêem-se bares lotados para se assistir a jogos de outros times que não os de Alagoas. Se formos a Recife e perguntarmos a qualquer pernambucano se naquele dia jogam Flamengo ou Vasco, a resposta com certeza será que só sabem quais clubes de sua terra vão jogar. Cá entre nós, compram-se camisas caras, de grife, de agremiações do Sul do País, recusando-se a contribuir com as nossas. Com atitudes desse tipo, estamos perdendo a identidade como alagoanos. Já está mais do que na hora de voltarmos a ter, como nossas primeiras paixões esportivas, clubes da terra como CSA, CRB e tantos mais, deixando como segunda opção os outros clubes, também grandes, do futebol nacional. Portanto, meu filho, triste ficaríamos e com certeza desautorizaríamos, se naquele momento exaltasse Edécio fazendo apologia a uma agremiação de outra plaga senão a nossa, como vem sendo costume entre nós. (*) Bacharel em Economia.

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