Opinião
Paracelso, não pare! - Editorial

Organização, abrangência e eficiência são itens indiscutíveis da Operação Paracelso. Apesar do calor das polêmicas recentemente produzidas em torno da espetacularização das ações policiais, desta vez nada indica que as críticas reaparecerão, mesmo que esta ofensiva das polícias tenha mantido as características visuais quando da prisão de banqueiros, especuladores e políticos. A bem da verdade, o chamado espetáculo das prisões corresponde ao imaginário popular acerca do rigor necessário no combate à impunidade. Para muitos, esse constrangimento, embora passageiro, seria a única punição para os meliantes (especialmente os de colarinho alvíssimo). No recente caso Paracelso, sem provocar a indignação de outros casos pela cenografia das detenções, paira no ar um sentimento de unanimidade: todos concordam com a desarticulação das quadrilhas envolvidas, seja no conteúdo, seja na forma da ação. Que esse sentimento de aprovação contagie ainda mais os agentes públicos responsáveis pelo combate ao crime organizado. especialmente em termos das ocorrências nas rodovias, é necessário o redobrar de iniciativas como essa, pois as quadrilhas especializadas em assaltos nas estradas continuam atrevidas e perigosas, causando muito mais prejuízos (e mortes) que os bandos destroçados, de ontem para hoje, na Operação Paracelso. A alquimia deste processo exige a continuidade das características demonstradas (organização, abrangência e eficiência) contra os adulteradores de combustíveis tendo como alvo os bandos de assaltantes que seguem aterrorizando as estradas de Alagoas. Ao aplaudir esta Operação Paracelso, a cidadania alagoana cobra às autoridades que este laboratório alquímico não seja fechado e que essa via continue a ser percorrida também nutras direções igualmente prioritárias.