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quarta-feira, 30/07/2025 | Ano | Nº 6021
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Distante da pátria educadora

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De acordo com os dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), divulgados ontem pelo Ministério da Educação, pouco mais de 56% dos estudantes do 3º ano fundamental de escolas públicas não conseguiram superar os dois primeiros níveis do aprendizado de matemática. Na prática, isso significa que eles não conseguem, por exemplo, resolver alguns tipos de problemas com número naturais maiores que 20 e ler horas em relógio analógico. No caso da escrita, que tem cinco níveis, cerca de 65% dos alunos alcançaram os dois melhores patamares da avaliação, o que significa que eles têm capacidade de escrever palavras com diferentes estrutura silábicas e um texto corretamente e com coerência. Na leitura, a maioria dos alunos (55%) ficou nos dois piores níveis, dentre quatro, significando que eles não conseguem localizar informação explícita em textos de maior extensão e identificar a quem se refere um pronome pessoal. Em Alagoas, a situação não é diferente. Segundo o levantamento, 43,49% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental, série em que termina o ciclo de alfabetização nas escolas, não sabem ler frases. Na avaliação que mede o nível de escrita, 24,7% das crianças alagoanas que participaram da pesquisa ainda não escrevem palavras alfabeticamente e provavelmente não escrevem o texto ou produzem textos ilegíveis. Na Matemática, os números também não são animadores: 45,86% das crianças não sabem fazer operações básicas como soma, subtração e divisão. Podem-se atribuir as deficiências nas duas disciplinas mais importantes a um conjunto de fatores. Mal remunerados e com uma formação deficiente, nossos professores muitas vezes nem dominam os conteúdos que ensinam nem aprenderam a dar aula. Conhecem teorias de autores consagrados, mas não aprenderam a traduzir isso em práticas testadas e comprovadas em sala de aula. Além disso, enfrentam salas de aulas superlotadas e não dispõe de uma estrutura adequada. O País gasta muito mais com a educação superior pública do que com que a básica. O levantamento revela, portanto, que ainda estamos longe de ser a pátria educadora, com ensino de qualidade para todos. Nas últimas décadas, o País avançou no sentido de universalizar o ensino, mas ainda patinha para melhorar a qualidade do aprendizado, a fim de atingir um nível mais próximo dos países desenvolvidos.

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