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Por que já não somos o País do futuro?

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A inspiração é um velho texto conhecido do livro do Genesis. Abrão (ainda não era Abraão) sentado à porta de sua tenda, embaixo de um carvalho quando recebe três jovens, cuja missão seria acabar com Sodoma e Gomorra. Abrão intercede em favor de seu sobrinho Ló que vivia junto à porta de Sodoma. Mas tudo dependia de quantos justos existiam lá para que poupasse a cidade. No último dia 13, coisa parecida ocorreu num discurso feito pela Presidente Dilma, na abertura do Congresso da CUT, quando ela exclama em alto e bom som: - Quem tem reputação ilibada para atacar minha honra? Quem? E aí está uma forma de se procurar um justo. Num país da dimensão do Brasil a corrupção é semelhante a uma epidemia. Pior, é que a contaminação é exponencial. Mais ainda, quem já está contaminado denuncia o amigo, expõe todas as suas mazelas. E quando os sintomas aparecem e o doente definha, não há mais nada a fazer. O mesmo diagnóstico: corrupção aguda. É então que a frase tem efeito: - Quem não tiver pecado atire a primeira pedra. Que país é esse em que vivemos? Não seria o mesmo em que Santo Agostinho se referia ao dizer: Não havendo justiça, o que são os governos senão um bando de ladrões? Roma era um dos maiores impérios da terra. Poderosa, ciosa por justiça, comprovado ainda hoje na atualidade dos seus princípios. No entanto, não conseguia fazer uso destas leis frente a corrupção. Roma ruiu, não pelas mãos de outro puder superior, mas esfacelou-se litigando em si mesma, ardilosamente, sem escrúpulos, desprovida de respeito patriótico e alijada da honra imperial. Roma morreu, e foi ao túmulo no exato momento da morte de Marco Aurélio. O ano de 476 d.C. marcado como seu fim no ocidente, assim como o de 1453 no oriente, nada mais representa do apogeu da era de Otavio Augusto. O império era um fantasma tentando reviver. Tenho medo de que o Brasil morra pelas nossas próprias mãos. Tenho receio de odiá-lo a proporção que se esvai a minha confiança na justiça. Porque já não somos um país do futuro. Deste futuro prometido por tantos estadistas e que esperamos durante toda a nossa vida. O Brasil do futuro nem mesmo é mais um sonho. A realidade, é que o Brasil que eu queria para os meus netos é uma utopia ou talvez, precise ser redescoberto novamente.

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