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Nº 5694
Opinião

A casa 58

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Por Paulo Memória. jornalista e cineasta. | Edição do dia 12/11/2019 - Matéria atualizada em 12/11/2019 às 06h00

O cinema tem realizado, ao longo de sua história, obras primas cinematográficas incontestáveis. Cineasta como, Chaplin, Fellini, Bergman, Passoline, Bertolucci, Gavras, Welles, Allen, Vertov, Guzmam ou os brasileiros Eduardo Coutinho e Humberto Mauro, são mais que meros realizadores, são intérpretes visuais da humanidade, do mundo e dos tempos que vivemos. Mas também existem péssimos filmes e outros tantos sofríveis.

Um filme de bom roteiro e direção ruim é o filme “A Casa do Fim da Rua”, de 2012, do diretor estreante Mark Tonderai, com a consagrada atriz Jeniffer Lawrence, vencedora do Oscar de melhor atriz de 2013, que emprestou seu nome a esta sofrível produção. Este filme me fez pensar em uma história, que proporcionaria um bom enredo, que teria por título, “A Casa 58”. Seria uma trama fílmica onde a realidade suplantaria a ficção. A sinopse deste filme policial surrealista noir, começaria com a personagem de uma vereadora de uma grande cidade brasileira, covardemente assassinada em plena rua, dentro do seu carro em movimemto, após sair de uma reunião política e ser perseguida pelos seus algozes até o trágico desfecho. Os seus assassinos seriam milicianos, de uma organização criminosa chamada “O Escritório”. Ao longo da película, descobre-se que o chefe desta milícia seria um capitão de polícia foragido, que teria sua mãe e irmã nomeadas no gabinete de um deputado, filho do próprio presidente da república, que lhe homenageou com a maior comenda da assembleia legislativa. Os executores do crime, também ex-policiais, seriam subordinados a este capitão. Outro personagem importante nesta intriga, também policial e integrante da Ocrim.

O Escritório, seria lotado no mesmo gabinete do filho deputado do presidente, cuja mãe e irmã do chefe da milícia também são funcionárias. Este personagem seria o responsável pela arrecadação da “rachadinha” entre o deputado e os seus subordinados e repassaria o dinheiro desta prática criminosa a primeira dama do país e a família presidencial. O plot (virada dramática do filme), ocorreria, quando o porteiro do condomínio onde residiria o assassino da parlamentar, informa a policia de que este foi visitado pelo motorista do carro de onde teriam partido os tiros que mataram a vereadora, horas antes do bárbaro crime ocorrer. A grande coincidência, entretanto, seria o fato de que neste mesmo condomínio residiria o presidente da república, vizinho e ex-sogro da filha do executor que disparou os tiros que mataram a vereadora.

O motorista do carro utilizado no ato criminoso, informou ao porteiro que iria a casa 58, do presidente da república, sendo autorizada a sua entrada por um personagem “secreto” no interior da residência. Ao entrar no condomínio, o motorista, no entanto, se dirigiria a residência do assassino da vereadora, na casa 65. E o mais interessante neste roteiro, seria o fato do presidente ter dezenas de fotos com todos os envolvidos nesta tramoia, inclusive com um novo personagem, que foi o miliciano que descartou a arma do crime em alto mar, também integrante da quadrilha “O Escritório”. No desfecho da história, tomaríamos conhecimento de que o chefe de Estado, na verdade, teria sido vítima do “Mecanismo”, um grupo terrorista venezuelano, para incriminá-lo pelo crime do início do filme. E assim concluiríamos o desenredo dramático desta história tão intrigante, tá oquei?

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