Problemas dos idosos

A pesquisa do Gape realizada semana passada em Maceió e divulgada domingo pela GAZETA DE ALAGOAS mostra uma situação que precisa ser logo modificada para melhor com ações urgentes e abrangentes: a dos idosos. Conforme sondagem, a maioria da população (81%) vê como inadequadas as diversas formas de tratamento dadas a eles. O resultado da pesquisa não poderia ser outro, se 82% dos entrevistados admitiram não saber que há uma lei, desde 1994, que trata da Política Nacional do Idoso; 56% não sabem os seus direitos e 76% não têm conhecimento de que os governantes cumprem suas obrigações com os idosos no País. Até 73% dos entrevistados disseram acreditar que as pessoas idosas são discriminadas no serviço público. Dados divulgados por alguns órgãos da imprensa em Maceió, na semana passada, mostraram que mais de 30% das mortes de pessoas com mais de 50 anos ocorridas no Estado em 2002 foram decorrentes da falta de assistência médica. Voltamos a tratar de um assunto que vem preocupando os organismos internacionais, os governos de várias partes do planeta, além das nossas instituições públicas e particulares e entidades da sociedade civil organizada brasileira. Principalmente, a partir da última década, com a constatação de que a população de idosos do mundo, que era de cerca de 204 milhões em 1950, já apresentava em 1998 um crescimento de quase 8 milhões de pessoas por ano. Os números mostram que, atualmente, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais e, para 2050, estima-se que a relação será de uma para cinco em todo o mundo, e de uma para três nos países desenvolvidos. Segundo o que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente, as projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1,9 bilhão de pessoas ? montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos idade ? ou um quinto da população mundial. Só no Brasil, nos próximos 20 anos, a quantidade de pessoas idosas poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar 13% da população. Bastam estes dados para termos uma idéia do tamanho dos desafios que deverão ser enfrentados para evitar o agravamento das necessidades em relação aos idosos nas várias regiões do mundo. Especialmente, no Brasil. Sobretudo, em suas regiões mais pobres. Como a nossa.