Opinião
Planeta �gua

Inúmeras entidades governamentais e não-governamentais no Brasil e em outros países marcarão este Dia Mundial da Água, com uma série de atividades destinadas a conscientizar os povos quanto ao mau uso desse bem natural cada vez mais valioso e escasso. Sobretudo em regiões como a nossa que, além dos dramas das secas no Semi-árido, tem suas populações rurais e urbanas sofrendo, de há muito, com os problemas decorrentes da escassez, má qualidade e desperdício da água. Segundo a Organização de Saúde, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo não dispõem de água potável. 80% das doenças e 30% das mortes são causadas por água contaminada. Os dados foram publicados, ainda em 2000, pela revista Cidade Nova, do Movimento dos Focolares. Como também a informação de que o consumo per capita no Brasil dobrou nos últimos 20 anos, mas a disponibilidade per capita é três vezes menor do que em 1950. Não bastassem esses números, estudos recentes têm mostrado que 97,3% da água do planeta é imprópria para o consumo- são salgadas e estão nos mares; 2,34% são águas das geleiras nos pólos ou de lençóis freáticos profundos, e só menos de 1% pode ser utilizado para o consumo e produção. O Brasil detém 12% das reservas mundiais de água, mas quase 78% dos mananciais se concentram na Amazônia, onde vive pouco menos de 7% da população do País. Mesmo assim, os últimos estudos mostram que a situação brasileira é ainda confortável em relação a outras regiões do planeta. Porém, não podemos deixar de dedicar maiores atenções, a devida prioridade, aos crescentes e intranqüilizadores problemas relacionados à água. Entre os maiores desafios nessa área, destacamos os elevados índices de mortalidade infantil e as conseqüências sociais e econômicas decorrentes das endemias e epidemias, como a da dengue, por causa dos reduzidos investimentos em saneamento básico e no combate a outras deficiências no setor sanitário.