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O preço do silêncio

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Estudos e pensamentos emitidos por especialistas em administração pública são pacíficos no seguinte entendimento: a transparência e a eficiência na gestão, além de se constituírem em direito do cidadão e obrigação do governante, representam uma arma poderosa para combater a corrupção e proteger o erário.

A reflexão vem num momento muito oportuno para Alagoas, onde o governo Renan Filho já contabiliza a quinta operação da Polícia Federal. Tendo agora como epicentro a área da Saúde, a explosão atinge de novo o vice-governador, com novos estilhaços alcançando o companheiro de Governadoria e mandatário do Estado. A investigação ocupa centenas de páginas e inclui a ilegalidade da contratação do Iortal, cujo processo foi ratificado em 2018, na reeleição de Renan Filho. Como definiu o delegado federal, trata-se da confirmação da existência de “uma rede de alianças trançada com a linha da corrupção”. Retornando à menção inicial, na relação de causa e efeito em administração pública: oportuno lembrar a pesquisa de 2018 do Datafolha, segundo a qual o governo de Alagoas faz parte do seleto e vergonhoso clube das gestões mais ineficientes do Brasil. Ineficiência, portanto, é considerada em estudo como janela de oportunidades para malfeitos. Outro aspecto examinado por especialistas: a transparência. Mesmo diante de mecanismos que visam inibir o silêncio do governante frente a desordens, eles insistem em pagar para ver – e de boca fechada. No caso alagoano, aplica-se a teoria do menor custo político, segundo o marqueteiro do governador, que o convenceu a nem prestar solidariedade ao companheiro de Governadoria. Avalie então o Palácio dar explicações à sociedade sobre Iortal, desvios, pagamentos ilegais, operações policiais, contratações suspeitas, desperdícios, prisão de aliados, próteses e órteses? Nem mesmo com o caos no atendimento e a demanda de quem precisa de tais equipamentos e do suporte do Estado. Diante da conduta adotada por Renan Filho, que se escuda em suas postagens virtuais, o tempo haverá de aferir o preço do emudecimento.

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