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sexta-feira, 11/07/2025 | Ano | Nº 6008
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EDITORIAL

REPRESSÃO E PREVENÇÃO

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Pesquisa feita pelo instituto Datafolha mostrou que a maioria dos brasileiros acredita que, para combater a violência, o governo deve priorizar investimentos na criação de empregos e na melhoria da educação, e não especificamente na área da segurança, como no treinamento e na compra de equipamentos de policiais. Para 57% dos entrevistados, é mais importante investir em áreas sociais do que na segurança. O investimento em polícias é mais importante para 41%. Outros 2% responderam que não sabem.

Para especialistas, a pesquisa mostra que há uma consciência de que a desigualdade está diretamente vinculada à violência. Afinal, as áreas que concentram os maiores índices de violência são os de maior vulnerabilidade social. Entretanto, alguns fatores podem alterar essa percepção. Sempre que há um crime cruel e de grande repercussão, por exemplo, é comum a sociedade enfatizar aspectos repressivos.

Em geral, quanto menor a faixa etária dos entrevistados, mais a percepção pende para a área social. Renda e educação formal também pesam a balança: entrevistados mais pobres e menos escolarizados tendem a defender mais investimentos na polícia. Uma das poucas categorias em que há mais entrevistados que defendem que violência se resolve com policiamento é entre os brasileiros que estudaram só até o ensino fundamental. Moradores de cidades do interior defendem mais investimento em polícias do que quem vive em capitais e cidades em regiões metropolitanas do país.

O Sudeste é a região em que menos se acredita que a solução da violência é investir na polícia: 35% dos entrevistados. Por outro lado, o Nordeste é a região com a maior taxa, 47%. Uma das explicações possíveis é que quem está mais diretamente exposto à violência se sente desprotegido e tende a enfatizar medidas mais imediatistas, que possam de alguma maneira aliviar sua angústia e medo. Não deixe de ser um alento o fato de que existe a percepção sobre a necessidade investir não apenas na repressão, mas também na prevenção. As duas políticas têm de andar juntas, caso contrário continuaremos a enxugar gelo.

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