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ARTIGO

Stalin no século XXI

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Amado pelo seu povo, temido pela oligarquia russa do seu partido e odiado pelo bloco capitalista, o líder soviético georgiano Josef Stalin (o camarada Koba ou “Pai dos Povos”) está mais uma vez presente nos debates sobre a Rússia e sobre o socialismo internacional. Após 66 anos do seu falecimento, Stalin está de volta para assustar os seus rivais ideológicos. Três anos após a sua morte, foi demonizado, em 1956, pelo então primeiro-secretário do Partido Comunista, Nikita Kruschev, em um discurso que durou cerca de 5 horas, acusando-o de perseguição aos membros do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Isso causou um racha no movimento comunista internacional, levando a ruptura diplomática informal com a República Popular da China, liderada pelo amigo pessoal de Stalin, Mao Tsé Tung. Nunca se reconciliaram, causando uma verdadeira “Guerra Fria” no bloco socialista.

O ápice do conflito foi em 1975, após o Vietnã derrotar as tropas apoiadas pelos Estados Unidos e se consolidar como um país socialista, com apoio da União Soviética, invadindo o Camboja de Pol-Pot, apoiada pela China. Este fato levou os chineses, ainda sob a liderança de Mao, a estreitar relações com o ocidente, com destaque para a aproximação sino-americana, culminando no sistema econômico de socialismo de mercado atual da China. Após a derrocada do socialismo na Rússia e demais países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), a Federação Russa encontra-se sob um regime conservador, nacionalista e religioso do popular Presidente Vladimir Putin, acusado pela imprensa e acadêmicos preguiçosos de querer reabilitar a imagem de Stalin. Para a compreensão deste fenômeno, é necessário entendermos que um movimento histórico surge na Rússia. Pesquisa recente, aponta que a figura de Stalin esta crescendo no imaginário popular como um herói russo quase lendário. Apesar de georgiano, foi quem liderou o Exército Vermelho contra os nazistas e capitulou Berlim.

O fato de não ser etnicamente da Russia não o torna impopular perante os russos, devido ao fato de sempre estarem integrados com outros povos, desde o Império Russo à União Soviética. Na verdade, isso o torna ainda mais admirado, por ser um simples cidadão do antigo império, que conseguiu ocupar o espaço de poder da dinastia Romanov Segundo pesquisa recente do Centro Levada, da Rússia, atualmente Stalin é visto com respeito por 41% dos russos, com simpatia por 6% e admirado por 4%, somando um total de 51% de avaliação positiva do dirigente soviético. Já 70%, dos russos, acreditam no papel positivo de Stalin na história do país, contra 19%, conquanto 46% entendem justificadas as supostas vítimas da Era Stalin. No Brasil, na Universidade de São Paulo (USP), um evento ocorrido em 2019, comemorarativo do aniversário de 140 anos de Stalin, resultou em um conflito na universidade e nas redes sociais e ainda a tentativa de censura ao debate por parte de grupos trotskistas e socialdemocratas, revelando a atualidade de um velho confronto na história do comunismo internacional.

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