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Opinião

FEMINICÍDIO

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Por Editorial | Edição do dia 14/01/2020 - Matéria atualizada em 14/01/2020 às 06h00

Pesquisa feita pelo Grupo Globo em 15 estados e no Distrito Federal revelou que o maior aumento nos casos de feminicídio em 2019 aconteceu em Alagoas. De janeiro a novembro do ano passado, foram registrados 41 ocorrências desse tipo no Estado. No mesmo período de 2018, foram 17, o que representa um crescimento comparativo de 141%. Este percentual de elevação é bem superior aos demais estados que aparecem no levantamento feito pela GloboNews, pelo G1 e pelo Jornal Nacional, com base em informações fornecidas pelos órgãos de segurança.

O resultado do levantamento mostra que faltam políticas públicas voltadas para a mulher alagoana, problema que impede que se quebre o círculo vicioso que amedronta a maioria das vítimas no Estado. Além disso, o trabalho investigativo da Polícia Civil, apesar dos avanços nos últimos anos, ainda está longe do ideal. Delegacias especializadas só funcionam de segunda a sexta-feira, no horário comercial, deixando as vítimas sem opção durante a noite e aos fins de semana. O atendimento à mulher violentada ainda é precário nessas delegacias. Não há psicóloga nem assistente social que atenda as vítimas.

Segundo especialistas, na maioria das vezes os crimes dessa natureza acontecem por puro machismo e por patologias psicológicas geradas após fins de relacionamentos, sendo as mulheres tratadas como objetos por seus companheiros. Cerca de 70% dos crimes acontecem dentro dos lares e somente de um tempo para cá, especificamente desde 2015, os registros começaram a aparecer e a ser investigados. Dados da Organização Mundial de Saúde de 2013 mostram que o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo. A aprovação da Lei do Feminicídio foi um grande avanço, mas precisa ser seguida de outras mudanças, inclusive culturais. É necessária uma maior divulgação da lei e, da mesma forma, investir em educação. Violência não se combate apenas com medidas punitivas. É preciso também combatê-la no nascedouro, disseminando, desde a infância, uma cultura de paz e respeito pelo outro.

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