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Nº 5693
Opinião

CATÁSTROFES

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Por Editorial | Edição do dia 15/01/2020 - Matéria atualizada em 15/01/2020 às 06h00

Dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que o Brasil terminou o ano de 2019 com 318 mil quilômetros quadrados de área florestal consumidos pelo fogo. O número é quase o dobro do registrado no ano anterior: 86% maior do que o de 2018 (170 mil km²).

O ano passado foi o primeiro em que o INPE verificou aumento de área queimada em todos os seis A área queimada em 2019 é equivalente a 44,5 milhões de campos de futebol, e é quase 10% maior que a soma dos territórios dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo. O total atingido pelo fogo em 2019 é o terceiro maior da década, atrás apenas de 2012 (391 mil km²) e 2015 (354 mil km²). Para especialistas, a extensão da área queimada chama a atenção porque 2019 não foi um ano de fenômenos climáticos El Niño ou La Ninã.. O problema se deve mais à falta de política ambiental de combate às queimadas e ao desmatamento, além da redução do orçamento para o Ministério do Meio Ambiente e os principais órgãos que coíbem o desmatamento e as queimadas.

Enquanto isso, na Austrália, o primeiro-ministro Scott Morisson admitiu que podem ter sido cometidos erros na gestão dos incêndios florestais que atingem o país e sobre a qual recebeu fortes críticas. Morrison, que se negou a relacionar a crise climática com o agravamento dos incêndios florestais, tem sido objeto de críticas nas últimas semanas. Especialistas dizem que os incêndios florestais das últimas semanas na Austrália são uma “catástrofe ecológica” que demorará décadas para ser superada e que exige apoio financeiro significativo e mudanças de políticas ambientais. Nas últimas semanas, o fogo queimou uma área maior que Portugal, com sérios danos a ecossistemas, especialmente na costa leste do país, deixando várias espécies ameaçadas.

O fato é que os governos e a sociedade civil não podem ignorar essas catástrofes nem ficar fugindo à responsabilidade. Aos governos cabe adotar medidas concretas para assegurar o desenvolvimento sustentável, mas a população precisa estar consciente de seu papel e se engajar nesse esforço.

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