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Opinião

Loucos do poder

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Por Aloísio Alves. Publicitário e membro efetivo da Apalca | Edição do dia 18/01/2020 - Matéria atualizada em 18/01/2020 às 06h00

A história da humanidade é pródiga na construção de líderes, monarcas e governantes alienados. Cada qual pouco identificado com a realidade do seu tempo. Não pensam, não escutam, têm dificuldade de raciocínio e desaguam despautério. Deslumbrados, insensíveis não percebem que depois das burrices não dá para se acharem cavalos puro sangue. Intempestivos, tomam decisões absurdamente impróprias e mudam de opinião poucas horas depois. Espumam ódio quando a mídia divulga as constantes trapalhadas. Anos atrás o jornalista Fabiano Onça pesquisou uma série de livros históricos e selecionou os monarcas mais estranhos e encontrou muitos candidatos à coroa de camisa-de-força. Neste século, também existem dezenas de candidatos ao mesmo troféu. São “personas” inconfundíveis espalhadas por todo o continente africano, asiático, Europeu e nas américas. Violência, ditadura, atrocidades estarrecedoras. Outros são alérgicos, sentem dificuldades convivência com a democracia. Quanto aos monarcas da pesquisa, Nabonidus reinou na Babilônia no Século 6 a.C. Levou ao fundo do poço a poderosa civilização do país. Vivia escondido num oásis na arábia enquanto seu filho governava o reino. Desprezava o culto a Marduk, o deus mais venerado do seu povo. Construiu um templo para si próprio, onde rolavam cerimônias comandas pela família. Só Freud para explicar! Era tão louco que achava que era um bode e saía andando de quatro comendo grama. Frederico 1º reinou na Prússia, totalmente obsessivo, escreveu 35 capítulos e 297 parágrafos exigindo o comportamento pessoal dos funcionários públicos. Até o seu filho de 6 anos era acordado às 6 da manhã ao som de canhões! Um descontrolado apaixonado pela guarda imperial, composta de soldados acima de 1,80 m. Valáquia, é hoje a Romênia onde reinou Vlad 3º. Nobres revoltosos cegaram os olhos de seu irmão mais velho com ferro quente. Ao subir ao poder, a vingança foi terrível. Mandou empalar – atravessar com uma estaca – boa parte dos nobres, inclusive as crianças. Maior loucura aconteceu em 1462, quando os otomanos resolveram invadir o seu reino e encontraram no meio do caminho 20 mil soldados empalados. O conquistador ortomano Mehmet 2º, aos vômitos, deu meia volta com a tropa e não mais atacou. Vlad 3º pelo o estilo sanguinário era chamado de “Drácula”. Na Pérsia entre 1648/1747, hoje Irã, Nadir Shah, após escapar ileso de uma tentativa de assassinato, pirou e com mania de perseguição levantou suspeita contra o filho decidindo cegá-lo na presença da nobreza. E os nobres que assistiram à cena também receberam o mesmo castigo. Por onde passava Nadir torturava e matava para descobrir alguma conspiração contra si. Desconfiava de todos e rompia com todos. Na Rússia, aí pelos anos 1500, Ivan 4º já mostrava sua “amável” natureza e a paixão por um divertimento no mínimo esquizofrênico: Atirar gatos e cães das muralhas do Kremlin. Quando sua mulher morreu, o Rei achou que ela tinha sido envenenada e passou a matar nobres russos enquanto o tesoureiro foi cozido num caldeirão. Cada um na sua época expõe destemperos, desnuda instintos rancorosos suspeitando do sol e da lua. Os que se aconselhavam de imorais gurus, extremistas e insolentes nos lembra Maquiavel: “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.”

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