Opinião
BAIXA MOBILIDADE
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Relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial mostra que o Brasil ocupa o 60º lugar entre 82 países em um ranking que mede o índice de mobilidade social, ou seja, o quanto uma pessoa que nasce em determinadas condições socioeconômicas tem chances de melhorar essa posição ao longo da vida. De acordo com o documento – que analisa áreas como educação saúde, tecnologia, trabalho e proteção social –, um brasileiro nascido no patamar mais baixo de renda levaria nove gerações para chegar à renda média do País.
O estudo do Fórum aponta a baixa mobilidade social como causa e consequência do aumento das desigualdades e diz que ela prejudica o crescimento econômico e a coesão social. O documento também sugere que melhorar as oportunidades de aprendizagem ao longo da vida pode ajudar o País a reduzir os níveis de desemprego. O documento diz também que "esforços adicionais poderiam ser feitos para diminuir os níveis de desemprego entre os trabalhadores com educação básica e intermediária. Segundo o estudo, a falta de mobilidade social é um grande problema, não apenas para o indivíduo, mas também para a sociedade e a economia, porque o capital humano é a força motriz do crescimento econômico. Para o Fórum, a fraca mobilidade social, aliada à desigualdade de oportunidades sugere que, se o nível de mobilidade social fosse aumentado, atuaria como uma alavanca do crescimento econômico. No ano passado, a ONU já alertava para a necessidade de se combater as novas formas de desigualdade no mundo - ligadas, por exemplo, ao acesso desigual a avanços tecnológicos e ao impacto das mudanças climáticas - para responder aos crescentes protestos sociais pelo planeta. O relatório de 2019 mostrou que a longa crise econômica que o Brasil atravessa desde 2014 tem comprometido o avanço do País. O IDH brasileiro ficou praticamente estagnado em 2018, depois de ter apresentado baixo crescimento nos anos anteriores. Para a ONU, um crescimento mais rápido e duradouro da economia depende da melhora da educação e da saúde.