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A vida como ela é

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Posso escrever com letras garrafais que este ano será um dos mais felizes da minha vida. Tenho motivos de sobra para comemorar os 70 anos que cheguei ao mundo, privilegiadamente na Rua Padre Soares Pinto, 145, ao lado da Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, na aprazível Pão de Açúcar, onde a cegonha me entregou no colo da minha mãe, D. Fidelcina. Logo à frente, a praça com seu coreto arquitetonicamente lindo abrigava nossas brincadeiras de crianças bem no meio da Av. Bráulio Cavalcante. Cenário das tamarineiras exuberantes, gigantes e frondosas figueiras balançando ao vento, derramando seus frutos no chão. Folhagens verdes e viçosas inspiração de poetas que, só os mais velhos, mais velhos mesmo, deles podem lembrar: Zequinha Guimarães (25.09.1899 a 21.02.1968), “O tempo corre. A vida é sempre assim... De quase tudo a parte triste é o fim, pois de prazer no fim bem pouco resta.

E, velho, com a cabeça encanecida, a cada instante vejo que minha vida é a cópia fiel dum fim de festa”. Jovino Luz (28.06.1855 a 28.04.1908), “Era noite! O São Francisco, dormindo e manso a sonhar, entre os beijos d’uma brisa, ao sorriso d’um luar! As estrelas lhe sorriam, os aromas o envolviam! E eu dizia, então: Como é belo quando dorme o gigante rio enorme nestas plagas do sertão!”. Em 1970, para não mais voltar, abracei o mar, a lua e sol de Maceió. Pisei as areias da Praia da Avenida, justo ali, por onde tudo começou. O Castelinho... Ah, Castelinho! Na curva do Alagoinha até Jatiúca, quantos prazeres inesquecíveis sob a luz das estrelas iluminando o movimento da maré e a saudade do Gogó da Ema que nem me lembro ter visto algum dia quando criancinha. Mas, só em imaginar, sonhava com sua forma exótica de atrair curiosos! O velho coqueiro deu seu último suspiro em 27 de julho, às 14h20, do ano de 1955, tombado pela força do maré, contam os historiadores. Sou muito grato a Maceió, escandalosamente bela, romântica, apaixonante e cheia de contrastes.

Bela como a cores do pavão que representa o Paraíso, mas que prefere não olhar para os pés horrorosos. Nossos pés da vergonha que o poder público não enxerga, são o Riacho do Salgadinho e o Dique Estrada, o lado mais podre e desumano que pode existir no Paraíso da Águas. Entre amores e paixões, vida e trabalho, conquistas e tropeços, comemoro transbordando de felicidade também meus 50 anos aqui vividos. Ansiosamente querendo abraçar novos desafios por longo tempo ainda como os dois projetos que lançarei antes do final do ano: “Maceió, minha câmera, meu xodó”, uma produção gráfica que retrata imagens do ontem e hoje clicadas pela minha Nikon desnudando cenas de monumentos, natureza, arquitetura, igrejas, tradições, incongruências de uma cidade a caminho de um novo tempo. Muitas dessas fotografias certamente são desconhecidas para alguns. Meu livro de crônicas que escrevi publicadas no jornal Gazeta e no rádio a partir de 2010, terá o sabor do cotidiano de quem conviveu por mais de quatro décadas no centro da comunicação publicitária procurando entender desejos e aspirações da sociedade.

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