app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5760
Opinião

Drama da juventude

MILTON HÊNIO * Hoje quando se fala de drogas, pensa-se logo nos jovens. Mas no passado não era assim. O tóxico foi durante séculos coisa de adultos. Só nos últimos anos as drogas passaram a ser quase um símbolo da juventude liberada, um sinal, pretenso a

Por | Edição do dia 24/03/2002 - Matéria atualizada em 24/03/2002 às 00h00

MILTON HÊNIO * Hoje quando se fala de drogas, pensa-se logo nos jovens. Mas no passado não era assim. O tóxico foi durante séculos coisa de adultos. Só nos últimos anos as drogas passaram a ser quase um símbolo da juventude liberada, um sinal, pretenso aliás, de seu inconformismo e de seu protesto. Trata-se portanto de um fenômeno novo e preocupante. Preocupante porque atinge uma boa parte dos adolescentes da classe média e alta. Foi exatamente no momento em que as drogas se difundiram entre os jovens das classes sociais elevadas, que os psicólogos, os educadores, os sociólogos e a imprensa passaram a classificar as drogas como um grave perigo social, propondo medidas urgentes de prevenção, de controle legal e de encaminhamento médico social. O consumo de drogas entre adolescentes nas grandes cidades está crescendo. Segundo a polícia paulista, subiu em 40% no ano 2000, em relação ao ano anterior. A reação familiar nem sempre ajuda os dependentes. Nas famílias de baixa renda, o desespero e a falta de orientação sobre o uso de drogas está levando os próprios pais a denunciarem filhos viciados à polícia. Foram milhares os que agiram assim. É muito difícil chegar atualmente a uma avaliação da incidência de abuso de drogas. Nas pesquisas realizadas por diversos grupos tem-se como certo que a substância muito consumida é a maconha, seguida das anfetaminas (bolinhas ou bolas). O crack é atualmente bastante consumido pelos adolescentes de baixa renda, principalmente na cidade de São Paulo. Por que os jovens tomam drogas? – São inúmeras as causas. Centenas de pesquisas têm sido realizadas com a finalidade de se achar um denominador comum que justifique essa saída para os vícios. Entre as principais poderíamos citar: fuga de problemas, más companhias, enriquecimento rápido, ambiente negativo em casa, pouco diálogo com os pais, desprezo pela sociedade moderna, falta de fé em Deus, curiosidade. Os dependentes das drogas são pessoas com grande necessidade de segurança, que procuram fugir à angústia e às frustrações, de forma imediata, buscando assim fugir à realidade através da gratificação do prazer. As pesquisas mostram que os jovens atuais perderam a confiança nos políticos, nos professores e nos pais. Por que? Porque em uma boa parte deles os atos não condizem com as palavras. Quero lembrar que em todos os tempos, desde que o mundo existe e agora mais do que nunca é o lar o abrigo seguro onde o jovem encontrará sempre a honradez, a fortaleza interior que lhe dará o sustentáculo para o resto da vida. Fique atento. Quando seu filho apresentar um desses sinais observe, pois ele pode estar iniciando o perigoso convívio das drogas: mudanças bruscas no comportamento, falta de motivação para as atividades cotidianas, queda na qualidade do trabalho ou seu abandono, queda no rendimento escolar ou o abandono dos estudos, insônia, inquietação, irritabilidade, olhos constantemente avermelhados e emagrecimento repentino sem causa aparente. Muitas drogas são usadas. Desde o álcool, até a maconha, crack, cocaína, LSD, xaropes, etc. É incrível como jovens em várias partes do mundo vão se autodestruindo pelas armas, pelo crime, pelas drogas. Notamos que há uma decomposição assustadora no mundo interior do homem moderno. Chegamos até a pensar que a civilização se tornou demente. Eu tenho muita pena dos jovens drogados porque vivem por viver, pensam sem pensar, amam sem amor, morrem de rir numa noite de lágrimas e suas almas estão confusas. Que Deus os oriente para o caminho certo e que tenham uma vida feliz sem o uso de artifícios negativos. (*) É MÉDICO

Mais matérias
desta edição