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Nº 5693
Opinião

GARGALO

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Por Editorial | Edição do dia 12/02/2020 - Matéria atualizada em 12/02/2020 às 06h00

Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que a queda do desemprego encontra uma barreira na formação média do trabalhador. Cinco em cada dez indústrias brasileiras têm dificuldade em contratar por causa da falta de trabalhador qualificado. Ou seja, a vaga existe, mas, muitas vezes, a empresa não consegue preenchê-la. A escassez de mão de obras qualificada afeta principalmente a indústria de biocombustíveis, de móveis, de vestuário, têxtil e de máquinas.

Para a CNI, a falta de trabalhadores qualificados deve agravar-se à medida que a economia se recuperar, tornando-se um dos principais obstáculos para o aumento da produtividade e da competitividade no País. A entidade sugere esforços de capacitação e de requalificação, no curto prazo, e melhoria da qualidade da educação básica no Brasil, com prioridade para a educação profissional, no médio e no longo prazo. Como observa a CNI, a indústria global atravessa a transição para a chamada indústria 4.0, marcada pela tecnologia. Por isso, é fundamental que a educação básica dê ênfase às áreas de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. O ensino básico também deve estimular a interdisciplinaridade (utilização simultânea de várias áreas do conhecimento), a tomada de decisões e a resolução de problemas. Em comparação a outros países, o Brasil ainda tem baixo índice de educação profissionalizante. Segundo o Ministério do Trabalho, apenas 10% dos brasileiros na faixa etária até os 17 anos recebem educação profissionalizante. No Japão, na Finlândia e na Áustria, o índice varia de 70% a 76% da população jovem. Com isso, o País enfrenta dificuldade para formar capital humano, condição indispensável para a passagem a níveis mais sofisticados de produção e para a ocupação de espaços cada vez maiores no mercado mundial. Dessa forma, o Brasil continua incapaz de formar mão de obra tão produtiva e tão adaptável quanto a de outras economias emergentes e precisa corrigir, o mais rápido possível, essa deficiência.

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