Al�m da tuberculose
O presidente da Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), José Carvalho de Noronha, fez sérias críticas ao governo, anteontem, em Curitiba. Segundo a Agência Folha, ele acusou o Ministério da Saúde de fazer pouco caso para conter
Por | Edição do dia 27/03/2002 - Matéria atualizada em 27/03/2002 às 00h00
O presidente da Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), José Carvalho de Noronha, fez sérias críticas ao governo, anteontem, em Curitiba. Segundo a Agência Folha, ele acusou o Ministério da Saúde de fazer pouco caso para conter a tuberculose no País. Noronha citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que colocam o Brasil na 16a posição em casos de tuberculose, inclusive ocupando espaços com países mais pobres, como a Índia, Bangladesh, África do Sul e Nigéria. E também do próprio Ministério da Saúde: A tuberculose pulmonar, o mais corriqueiro tipo da doença, matou 5.387 brasileiros em 1999. No ano seguinte, surgiram 103.060 casos. O dirigente da Abrasco lembrou estes números na abertura do 5o Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que começou na segunda-feira na capital paranaense, com a participação do próprio ministro da Saúde, Barjas Negri. Durante o mesmo evento, o epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Sérgio Aroucha, apontou a criação de megacidades como um fator que favorece o surgimento das chamadas doenças da miséria, a exemplo da própria tuberculose, e da dengue, para citar apenas estas, bem como das doenças do desenvolvimento, entre as quais se destacam os problemas cardiovasculares, diabetes, entre outras. No rol dos males que mais têm afetado o País nos últimos anos, estão justamente vários que já afligiam a Nação há décadas e voltam mais resistentes por causa da falta de maiores investimentos em saneamento básico. Principalmente nos dois mandatos de FHC, que também promoveu cortes nos programas voltados para habitação das pessoas de baixa renda, para campanhas educativas e outras ações que poderiam melhorar as condições de vida da maioria das populações. Especialmente das mais carentes que se concentram na periferia das grandes cidades. E por falar em saúde, ela é a grande reivindicação do Norte e Nordeste, como mostra o resultado de uma pesquisa do Vox Populi divulgado pelo Jornal do Commercio. Justamente as duas regiões mais discriminadas pelo governo federal.