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quarta-feira, 09/07/2025 | Ano | Nº 6006
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CORONAVÍRUS E O PRESIDENTE

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Uma pandemia de coronavírus chega ao Brasil com repercussões imprevisíveis, mas inevitavelmente gravosas na saúde pública; também temos duas reformas cruciais para o Congresso aprovar, a Administrativa e a Tributária, tudo isso com repercussões elevadíssimas na economia. E qual é o ambiente no qual esses imensos desafios vão tramitar? Um ambiente político extremamente tóxico, onde o Congresso e o Supremo Tribunal Federal são agredidos e ameaçados pelo presidente da República. Haveria pior ambiente para se enfrentar essas ameaças?

A livre manifestação contra ou a favor de alguma coisa, desde que se preservem limites, é uma das características da democracia. Aceitam-se alguns grupos que tenham uma interpretação autoritária da democracia organizar manifestos contra as instituições que sustentam o regime no qual eles têm oportunidade para expressar o seu inconformismo. Contudo, isso transforma-se em ameaça de desordem institucional quando o presidente da República - que não é um cidadão comum e não pode permitir que seu nome seja usado para alimentar ataques contra os demais Poderes constituídos - incentiva ataque às instituições. Se incentivá-la, mesmo que indiretamente, Bolsonaro estará corroborando com as violentas críticas que esses apoiadores estão fazendo contra o Congresso, tratado nas redes sociais bolsonaristas como “inimigo do Brasil”. Quando distribuiu a seus contatos no WhatsApp, uma das virulentas peças de propaganda da manifestação convocada para o próximo dia 15 de março, o presidente ajudou a disseminar a mensagem e a chancelá-la, o que tem enorme repercussão, pois tudo que um presidente da República faz ou deixa de fazer tem grande poder de influenciar o País. Incitar manifestações populares contra as instituições democráticas prejudica demais o País e agride a maioria do povo brasileiro, que é majoritariamente favorável à democracia. Essa não é primeira vez que Bolsonaro ataca as instituições democráticas. Em maio de 2019, distribuiu pelo WhatsApp outro texto segundo o qual o País era “ingovernável” sem os “conchavos” políticos e que, sendo assim, “o presidente não servia para nada” e que contava “com a sociedade”” para “juntos revertermos a situação” - um óbvio apelo direto “ao povo” contra as instituições, como o Congresso, que aprovou a Reforma da Previdência, aprovou o Juiz de Garantias em consonância com Bolsonaro e contra o ministro Moro; aprovou o Orçamento Impositivo com o APOIO DA FAMÍLIA BOLSONARO, inclusive do deputado Eduardo, que ameaçou lançar uma bomba H contra o Congresso, um ato terrorista. Atacam o STF, que segurou por longos seis meses o processo que investiga o filho Flávio, acusado de rachadinha no RJ. Os repúdios de lideranças e partidos políticos, do decano do STF, ministro Celso de Melo, e de militares responsáveis, como o general Santos Cruz, ex-ministro de Bolsonaro, que qualificou o uso de fotografias de militares na convocação dos protestos contra as instituições como uma tentativa “grotesca” de confundir o Exército com esses radicais, do presidente da CNBB e do presidente da Frente Brasileira dos Prefeitos, mostram equilíbrio e sensatez. Gestão, equilíbrio e sensatez são o que o Brasil necessita - tumulto, desordem e radicalismos, NÃO!

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