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Opinião

Viva as mulheres…

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Em meu início de vida, apesar de considerar minha mãe como verdadeiro escudo, sempre tive na figura do meu genitor aquele que fortalecia a necessidade da demonstração da virilidade no convívio com colegas de rua ou colégio. Lembro muito bem quando quase sempre me dizia, que homem deveria engolir o choro e ser forte e nunca voltar apanhado para casa. Ao mesmo tempo repetidamente me ensinava que “em jovens femininas, não se bate nem com uma pétala de rosa”, quando por motivo qualquer me enxergava trocando arengas com minha única irmã.

Assistindo ultimamente à Globo News, escandalizei-me ao saber que no Brasil a cada quatro minutos uma pessoa do sexo feminino é agredida e como consequência, os índices de feminicídio bateram recorde nos últimos doze meses. Em nível nacional, Alagoas surge como o segundo mais violento, somente perdendo para o Acre. Passei o resto do dia a pensar na estatística dolorosa e rapidamente lembrei de um casal que conheci tempos atrás, jovens e bonitos, aparentemente do bem, mas de quando em vez, um dizia para o outro uma piadinha inofensiva, comentário desnecessário. Apesar de não ter intimidade com a dupla, sentia claramente o comportamento opressivo existente entre ambos. Ele virava o dedo apontando na cara, sempre possuído de olhar torto de censura e julgamento. Como nossas residências eram quase vizinhas, frequentemente escutava xingamentos, agressões verbal, moral e mental. Impressionei-me quando em uma ocasião, ele bradou feder a gambá as partes intimas da esposa, enquanto ela, aos gritos, invocava um outro integrante do mundo animal para mencioná-lo. Vidros quebravam, os ataques físicos aumentavam e por fim transformou-se em feminicídio.

Não compareci ao Parque das Flores por não suportar tudo o que acontecera. A violência contra as damas é um problema crucial que atinge todas as camadas sociais, independente de religião, etnia, poder aquisitivo. Não se caracteriza como um fenômeno recente mas pode ser considerado um reflexo das sociedades antigas de caráter patriarcalista, detentores de postura machista e excludente. A mulher, durante muito tempo dedicava-se exclusivamente a cuidar da casa, do marido e dos filhos, não possuía alternativas e deveria ser obediente ao esposo. As meninas preparavam-se exclusivamente para casar. Eram privados, às moças, o direito a educação escolar, o exercício de atividades fora do ambiente doméstico, deveria estar sob os cuidados de algum homem, seja um familiar ou o seu marido.

É certo que apesar da evolução do mundo moderno e do comportamento altruísta de integrantes do sexo feminino, ainda hoje em pleno século 21, A sociedade carece adaptar-se ao novo modo de vida das mulheres, pois o preconceito é algo visível, muitas vezes proporcionando a estas, sentimento de frustração. Alguns homens ainda continuam pensando de maneira arcaica, impedindo o desenvolvimento da criticidade feminina, suas ideias e pensamentos. É certo que quem bate em uma companheira, violenta uma flor, pois em minha concepção a mulher é símbolo maior de alegria e amor. Viva as mulheres.

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