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Opinião

O vírus que pode mudar o mundo

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Por ERICK MEMÓRIA - bacharel em Relações Internacionais pelo IUPERJ | Edição do dia 27/03/2020 - Matéria atualizada em 27/03/2020 às 06h00

Pesquisando sobre o coronavírus, descobri que ele não é bem uma novidade, considerando que já foi identificado e diagnosticado desde 1937. O que estamos observando na verdade é uma “mutação” do vírus, resultante da seleção natural. A doença só está se espalhando violentamente pelo mundo porque o sistema econômico atual baseado no individualismo e no lucro, não tem a competência para combater uma crise que depende da solidariedade e da ação coletiva dos povos do mundo inteiro para o seu correto enfrentamento.

Para provar o que digo, cito o exemplo da Itália, onde as vítimas com mais de 80 anos serão deixadas para morrer, caso a situação se agrave ainda mais, uma vez que os idosos não terão o tratamento adequado no enfrentamento a doença. Em contrapartida, na China comunista, em seis dias foi construído um hospital e já se esboça uma contenção e regressão da epidemia. A China, em parceria com Cuba, outro país comunista, vem desenvolvendo em conjunto com àquele país caribenho, uma cura para este vírus apocalíptico. O país mais avançado nas pesquisas relacionadas a um remédio eficaz ao Corona, no entanto, é o Japão, o que revela que o vírus não tem preferência ideológica. A China além de conseguir conter, no epicentro da pandemia, que o vírus se alastrasse, enviou ajuda humanitária para a Itália, um país europeu, capitalista, com um governo conservador que muito se assemelha ao de Jair Bolsonaro. Estamos falando de um país europeu que foi um dos berços da civilização ocidental e de onde vem a família Bolsonaro, entre outras famílias, como os Médici e os Mussolini, uma nação que propõe sacrificar seus próprios cidadãos. Cuba, em contrapartida, um país socialista, que até agora não registrou nenhum caso de coronavírus, aceitou que atracasse em seu porto, um navio britânico com pessoas infectadas. O navio havia sido proibido de atracar em dois países, Bahamas e Barbados. Portanto, diferentemente do que dizem os conspiradores do WhatsApp e Eduardo Bolsonaro, o coronavírus não é uma invenção dos comunistas, que sequer são a fonte do problema, mas sim a solução. Esta possivelmente é uma resposta da natureza para o sistema neoliberal. É a prova da necessidade de adaptação da humanidade e o esgotamento desse atual sistema. Na lei da natureza não sobrevive necessariamente o mais inteligente, ou o mais forte, mas sim o que possuir a maior capacidade de adaptação. Os governos mundiais que mais estão sofrendo as consequências da doença, estão propondo a estatização de hospitais e que as empresas não cobrem as contas de água, luz e gás, pelo menos enquanto durar essa pandemia. Além dos governos, empresas privadas que lucram com a venda de serviços e dependem do fluxo financeiro dos seus usuários para expandir seus negócios, estão percebendo que é melhor disponibilizar seus conteúdos gratuitamente para que as pessoas fiquem em casa, atitudes estas que em certa medida se aproximam do socialismo. Nunca tivemos uma prova tão cabal do fracasso do neoliberalismo e do livre-mercado como essa atual crise mundial da saúde.

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