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MARCOS ALENCAR * O processo de comunicação é tão antigo quanto o homem. Aliás, antes do surgimento da inteligência humana na terra, os animais pre-históricos e toda população pré-histórica estabeleciam complexos sistemas de comunicação entre si. Sons, batidas, desenhos, sinais... tudo apareceu antes da articulação da fala entre os homens. Nos últimos 50 anos, contudo, a evolução desse processo foi superior a todo período que a antecedeu. Nos anos 70, por exemplo, não imaginávamos conversar através do celular. A popularização do uso da internet é outro fenômeno imaginado nos anos 80. O reconhecimento de voz na internet vem sendo estudado e em muito breve será possível acessar a rede sem mesmo saber ler, o que significará numa revolução do processo de comunicação e numa transformação radical para as estratégias de inclusão social. Toda essa transformação tecnológica que estamos vivendo, aproximando pessoas, criando tribos ou civilizações virtuais, estabelecendo padrões de consumo e vida, contudo, vem afetando diretamente a nossa existência. A avalanche de informações que recebemos é incrivelmente assustadora. Aliado a isso, está a falta de tempo que a maioria das pessoas têm para absorver tanta informação. Enquanto estamos assistindo ao noticiário da manhã, por exemplo, somos ?bombardeados? com notícias sobre guerras, alta do dólar, crise na economia mundial, desemprego, mortes brutais, corrupção política, escândalos empresariais, terrorismo... além, é claro, de informações publicitárias do tipo ?compre dois e pague um?, ?venha morar aqui?, ?nosso banco oferece vantagens exclusivas?, etc. Some tudo isso a um outro universo de informações: sua esposa ou marido fala das dificuldades financeiras, dos problemas conjugais, do comportamento do filho, do aumento das despesas da casa, das confusões da família... Mas se ainda não está contente com isso, some ainda a leitura do jornal e da revista e as notícias pelo rádio, além dos anúncios de outdoor, de busdoor, de panfletagem ou qualquer outra mídia parecida. Bem, parece que parou? Engana-se: ao chegar no trabalho você lê relatórios, pareceres técnicos, abre e envia e-mails, cartas, folderes, recebe catálogos, assiste a apresentações, participa de reuniões, etc... Ufa! Tudo isso forma o nosso universo dentro do processo de comunicação. No entanto, diante de tudo isso, poucos profissionais de comunicação têm noção do que eles estão fazendo. Anunciantes, veículos e agências de comunicação (publicidade, assessoria de imprensa, de relações públicas e marketing) não estão percebendo que o consumidor está sendo saturado de tanta informação e que ele já começa a fazer suas escolhas, rasgando os panfletos e malas diretas que não têm interesse, negando-se a ler uma notícia inverídica ou infundada na mídia impressa, ?zapeando? pelos canais de televisão, trocando a sintonia da emissora de rádio, acessando apenas os sites que possam agregar valor para vida pessoal e profissional e bloqueando e selecionando o recebimento de e-mails. Essa nova postura do consumidor em relação aos diversos tipos de mídia nos leva a crer em três pontos importantes: primeiro, o consumidor está mudando sua relação com a mídia; segundo, a mídia não está entendendo ainda essa relação; e terceiro, os anunciantes estão colocando no lixo o investimento que eles acreditam fazer em comunicação de massa ou dirigida, sem conhecimento prévio das necessidades e desejos de informação de seus públicos de consumo. Diante disso, é preciso debruçar sobre os conceitos de comunicação e confrontá-los com a realidade atual de mercado, de sociedade, de individualidade social. Anunciantes e agências de propaganda parecem perdidos diante do consumidor que não responde aos seus insistentes apelos promocionais e comerciais. E isso vem ocorrendo porque muitas empresas, marketeiros, publicitários e comunicadores não estão avaliando criteriosamente o perfil dos clientes e consumidores. Falam de tudo para todos, sem estabelecer canais de comunicação com públicos diferentes, que pensam de forma distinta e que possuem reações diversas a determinados estímulos. A mídia, os anunciantes e os profissionais de comunicação e marketing precisam se reinventar, sob pena de serem transformados compulsoriamente. (*) É GERENTE DE MARKETING E COMUNICAÇÃO DO SEBRAE ALAGOAS

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