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SAÚDE DISTANTE

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No momento em que o mundo inteiro enfrenta a pandemia do novo coronavírus, que já infectou mais de 2 milhões de pessoas e causou milhares de mortes, levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, mostra que 1,6 milhão de pessoas de baixa renda mora a uma distância maior do que 5 quilômetros de uma unidade de atendimento do SUS capaz de receber pacientes que desenvolvam síndrome respiratória aguda grave, a manifestação mais severa da Covid-19.

O número corresponde a 41% da população vulnerável em grandes centros urbanos. O levantamento - realizado nas 20 maiores cidades do Brasil - mostra também que há cerca de 230 mil brasileiros que levariam mais de 30 minutos para chegar a um hospital em casos de emergência. Essas pessoas teriam dificuldade de acessar uma unidade de saúde capaz de fazer triagem ou encaminhar casos graves de Covid-19 para internação. Em geral, as pessoas de baixa renda moram em regiões mais afastadas, com menos oferta dos serviços de transporte e de saúde. O estudo do Ipea indicou desigualdades no atendimento de saúde em todas as 20 maiores cidades do Brasil. A região central das grandes capitais registra o maior número de hospitais, com mais oferta de leitos de tratamento intensivo e respiradores mecânicos, do que as regiões de periferia, onde há mais dificuldade de acesso ao sistema de saúde. Outro ponto revelado pela pesquisa foi que o SUS dispõe de 1,1 leito de UTI adulto com respirador para cada 10 mil habitantes. Entretanto, essa quantidade é recomendada em situação de normalidade, e não para o cenário como o atual. Por isso, em alguns estados o sistema de saúde já está entrando em colapso. Nenhum país estava preparado para enfrentar uma pandemia nessas proporções, mas, no caso do Brasil, a situação serve também para tornar ainda mais evidentes as deficiências do nosso sistema de saúde. Espera-se que, passada, a fase mais crítica, o poder público, em todas as suas instâncias, comece a colocar em prática medidas para torná-lo mais eficiente.

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