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Nº 5759
Opinião

Algemas de FHC

O País assistiu, nos últimos dias, ao exercício da prepotência governamental, quando foram algemados, deitados, humilhados e televisionados, para o mundo inteiro, os invasores da “Córrego da Ponte” de FHC, em Buritis, talvez pela descoberta de tantas beb

Por | Edição do dia 31/03/2002 - Matéria atualizada em 31/03/2002 às 00h00

O País assistiu, nos últimos dias, ao exercício da prepotência governamental, quando foram algemados, deitados, humilhados e televisionados, para o mundo inteiro, os invasores da “Córrego da Ponte” de FHC, em Buritis, talvez pela descoberta de tantas bebidas importadas. Foi algo incompreensível que transcende aos princípios humanos e cristãos, demonstrando a frieza da maldade inflamada pelo poder das funções e dos cargos públicos. Na verdade, embora a invasão das terras do senhor FHC tenha parecido uma demonstração de fragilidade e insegurança do órgão de informações do Planalto, dizem que esse serviço fechou os “olhos” para dar a idéia de uma atitude terrorista das esquerdas e facilitar a vida do candidato tucano. O Exército e a Polícia Federal, rigorosamente, cumpriram ordens superiores, como, da mesma forma, os 16 algemados atenderam às determinações inconseqüentes das lideranças irresponsáveis que forçaram os míseros liderados às “missões impossíveis”. A Nação já está alerta para essas invasões do MST que vêm sendo alimentadas pela incúria dos parasitários organismos públicos responsáveis pela Reforma Agrária que, ao invés de promover uma distribuição de terras com equilíbrio, agilidade e justiça social, como prevê a Constituição, vive apenas alardeando números fictícios. Assim, por não cumprir a sua parte, o governo tem propiciado os movimentos descabidos e ameaçadores do direito de propriedade e, inclusive, da própria economia nacional. Em todo o Brasil, a Justiça tem determinado, com a devida presteza, a imediata imissão de posse dos legítimos donos de terras invadidas pelo MST. Em muitos Estados, tem-se levado até meses negociando, para cumprir esses mandados judiciais sem o uso da força. Em Buritis, o negócio é sempre diferente. É verdade que se trata da propriedade do sr. FHC, chefe da nação brasileira, cuja liturgia e prerrogativas do cargo não podem sofrer ameaças de qualquer ordem. Mas a demonstração de poderio para justificar ao País a suposta falha da inteligência do Planalto, que não conheceu, com a antecedência necessária, o objetivo de pouco mais de uma centena de andantes, pré-intencionados às terras do poderoso chefe, é imperdoável. É, todavia, essa insegurança que vive a economia agropecuária brasileira, ante o descaso do governo, realizando reforma agrária de mídia, de propaganda e, especialmente, sem adotar as providências preventivas. Enquanto isso, os assaltantes, os seqüestradores, os bandidos e os criminosos frios não são alcançados pelas algemas e planos de segurança do FHC.

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